Moradores de Mucajaí procuraram a Folha para denunciar que há mais de quatro meses sofrem com constantes faltas de água que duram longos períodos. O problema, de acordo com eles, já foi informado à Companhia de Água e Esgotos de Roraima (Caerr), mas nada foi feito.
Uma das moradoras, que preferiu não se identificar, afirmou que quando acorda já está faltando água e passa o dia inteiro sem o fornecimento. Ainda segundo ela, o desabastecimento ocorria em menor escala no ano passado, mas desde o início deste ano tem se repetido diariamente. Em nota, a empresa informou que todos os poços do município estão em pleno funcionamento.
Já Sandra, moradora do bairro São Raimundo, recorre aos vizinhos que possuem caixa d’água para poder tomar banho e conseguir um pouco para cozinhar e limpar a casa.
Alunos do município também são afetados pela falta d’água. De acordo com Sandra, a Escola Lígia Bruna fica sem aula por causa do problema. Pais e moradores fizeram um abaixo-assinado a fim de resolver a situação, mas não tiveram resultado.
“Procuramos a Caerr e eles alegam que falta uma bomba. Equipamento este que nesse tempo todo ainda não foi providenciado. Não dão importância ao caso”, reclamou.
Os moradores tentaram ainda conversar com a prefeita, mas receberam a resposta de que fugia da competência dela e, portanto, precisam esperar pelas medidas que devem ser adotadas pela Caerr.
CONSUMO RACIONAL – Em nota, a Caerr informou que todos os poços utilizados para o fornecimento de água no município estão em pleno funcionamento.
A empresa esclarece ainda que, diante da forte estiagem, o fornecimento de água está prejudicado, pois os poços estão secando. Além dos fatores climáticos, o consumo nos meses de verão é mais elevado que no restante do ano.
Apesar de a possibilidade de racionamento estar descartada, a companhia faz um alerta à população para a necessidade do consumo racional de água, evitando o desperdício. Para melhorar o abastecimento, a Caerr afirma que enviará uma equipe de técnicos ao local para limpar mais dois poços desativados e, em seguida, analisar a água para confirmar a potabilidade e, posteriormente, a interligação na rede.
Atualmente, ainda conforme a Caerr, o município dispõe de uma estação de tratamento com capacidade de produzir 180 mil litros por hora, além de três poços artesianos em funcionamento, um reservatório apoiado com capacidade de 175 mil litros e um reservatório elevado com capacidade de 250 mil litros. (F.A)