Cotidiano

Moradores do Centenário reclamam de ruas não asfaltadas

Várias ruas do bairro ainda não receberam obras de esgoto e pavimentação, o que causa grandes transtornos, afirma a população

A chegada do período chuvoso no estado traz certos benefícios para a população, como o abatimento da estiagem na produção rural e no clima mais ameno, porém, uma parcela da sociedade tem que enfrentar novamente os problemas de escoamento e acúmulo de água nas ruas não asfaltadas. É o caso dos moradores do bairro Centenário e adjacentes, localizado na zona Oeste da capital.

Insatisfeitos com as condições das vias de acesso da região, os moradores alegam que o problema parece não ter solução após testemunharem ano após ano, os problemas se repetindo, entre eles, o lamaçal, dificuldade de acesso, poeira, sujeira, falta de higiene proliferação de animais e doenças, que podem ocasionar complicações de saúde, principalmente para crianças e idosos.

Moradora da rua de Acesso I há quase cinco anos, Regina Júlia Bezerra explica que tem conhecimento da situação estar precária em relação às ruas sem asfalto há pelo menos 14 anos e que apesar de ruas paralelas terem sido asfaltadas, não há uma previsão de revitalização na via em que mora. Regina explicou que durante uma chuva intensa no ano passado ela chegou a ficar ilhada com o carro no meio da rua, sem ter como chegar em casa.

Outra complicação, disse Regina, é a poeira que suja as varandas e muros das residências. No bairro, é comum observar as residências pintadas de cores similares ao marrom, apenas acimentadas ou com azulejo nos muros. Para Regina, essa é uma forma de evitar o desgaste. “É impossível manter a casa limpa durante esse período. Lava-se de manhã e de tarde já está tudo sujo de novo, uma poeira laranja”, explicou.

Segundo ela, esse é um dos motivos dos moradores quererem sair do bairro e migrar para outras regiões, mesmo com preço alto de compra de terrenos e aluguel. “É um bairro tão bom, mas falta esse investimento. Por conta desse problema temos até vontade de vender a casa e se mudar para um local mais próximo ao centro. Essa com certeza é a maior causa de vendas de imóveis aqui nesse bairro, por certas ruas não terem a menor condição para locomover-se”, informou. Na rua San Vinte e Sete, por exemplo, a reportagem da Folha encontrou três placas de vendas de residência, somente em uma via.

O casal André Ribeiro e Zândla Lima, moradores da rua Joaquim Ribeiro Peres, afirmam que a sensação dos moradores é de abandono. “Nós somos abandonados, esquecidos, mas nós também votamos”, disse André. Outro ponto citado foi o problema de acesso às unidades escolares. “Tem uma escola para ensino infantil no final da rua, onde os pais vão deixar as crianças de bicicleta no lamaçal, é horrível”, disse Zândla.

A moradora disse ainda que chegou a entrar em contato com a Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV) para informar da situação do bairro e questionar se havia uma previsão de melhora. “Me responderam que eles dependem que o Governo do Estado faça a parte do esgoto, para eles poderem asfaltar. Aí não teria como dar previsão, por que dependem do serviço de outra esfera. Enquanto isso, continuamos aqui, esquecidos, sofrendo os mesmos transtornos no período chuvoso”, reclamou.

PREFEITURA

Questionados sobre a previsão de asfaltamento nas ruas do bairro Centenário, a Prefeitura de Boa Vista informou novamente que aguarda a execução da infraestrutura primária no bairro Centenário, “que é a implantação da rede de esgoto sanitário, responsabilidade do Governo do Estado”. Conforme a PMBV, estão sendo desenvolvidos estudos para incluir diversas ruas em projetos de pavimentação asfáltica previstos para o bairro Centenário e que só estão aguardando a realização dos serviços primários.

GOVERNO

Sobre estes serviços iniciais, o Governo do Estado informou que novas obras estão previstas para melhor atender a população. De acordo com a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinf), “as obras estão previstas para começar ainda este mês de maio, com prioridade para as ruas que ainda não são asfaltadas, de forma a liberar para que a Prefeitura possa executar a pavimentação”.