Em março deste ano, antes mesmo de o período chuvoso iniciar, moradores da Vila Samaúma, no município de Mucajaí, situado a cerca de 55 quilômetros da capital, na região centro-oeste do Estado, já temiam ficar isolados após a ponte que faz a ligação do município com as Vilas da Penha, Nova e do Apiaú, e de outras oito vicinais, ter amanhecido queimada. Com a chegada do inverno, a situação piorou.
A ponte fica localizada na RR-325, popularmente conhecida por Vicinal Tronco Apiaú ou Estrada da Produção, e costuma ser utilizada principalmente por agricultores para o escoamento da produção. Pelo fato de a queimada ter ocorrido no verão, os moradores aproveitavam o baixo nível do Igarapé Grotão para passar por baixo da ponte. Já no inverno, com a cheia do igarapé, a passagem se tornou inviável.
O morador e advogado, Idomineu de Farias, contou à Folha que há poucos dias uma empresa contratada pelo Governo do Estado chegou ao local para construir uma nova ponte. No entanto, a mesma teria se recusado a fazer um desvio. Diante da resposta, os moradores se reuniram para que a ponte não fosse desmanchada, de modo que o encarregado da firma resolveu fazer um acordo com a população.
“Ele disse que faria o desvio. Só que quando foi anteontem, 24, o encarregado chegou com a polícia fortemente armada, dizendo que iria derrubar a ponte e não ia fazer desvio. É complicado porque o desvio mais próximo fica a 20 metros da ponte e é, na verdade, um atalho que não tem nem piçarra”, disse. Com as chuvas, a estrada acaba formando diversas poças de lama.
A situação tem prejudicado cerca de três mil habitantes que utilizam a ponte, considerada uma das mais importantes da região. Para o advogado, os mais atingidos são os agricultores, que utilizam o acesso para escoar a produção, e as crianças e jovens que estudam. “Na noite de anteontem chegou uma canoa para atravessar os alunos, mas está muito perigoso porque o igarapé está muito cheio, crianças de sete anos estavam nessa canoa”, relatou.
OUTRO LADO – A Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinf) informou que, por orientação da Defesa Civil, devido ao grande volume de água no igarapé, ficou inviabilizada a construção de um desvio para a passagem dos veículos. No entanto, o serviço de reconstrução da ponte foi iniciado na quinta-feira, 24. O investimento gira em torno de R$ 445.494,83. A previsão, segundo o órgão, é que a obra seja concluída em no máximo 20 dias, a depender das condições climáticas na região.
Durante esse período, o tráfego no local ficará interditado e o tráfego de veículos deverá ser feito pela Vicinal 4. Além disso, apontou que uma equipe da Defesa Civil, com apoio da Polícia Militar, está com um barco no local para fazer o transporte emergencial das pessoas, sobretudo de alunos, de forma a não prejudicar a população. (A.G.G)