Moradores do condomínio Buriti, situado dentro do Residencial Vila Jardim, no bairro Cidade Satélite, zona oeste da Capital, estão indignados com a previsão de custo apresentada recentemente pela empresa terceirizada Sesipa, responsável por dar suporte aos síndicos que administram os 12 condomínios existentes no empreendimento.
“Devido à demora da Codesaima [Companhia de Desenvolvimento de Roraima] em homologar o nome dos eleitos para o cargo de síndico, a Caixa Econômica Federal fez uma licitação em que a Sesipa acabou ganhando o direito de administrar todos os condomínios. Infelizmente, desde que essa empresa passou a dar esse suporte, muita coisa estranha tem ocorrido. A apresentação dessa previsão de custos só piorou a situação”, relatou um morador que pediu para não ser identificado.
Entre as medidas que serão impostas aos moradores pela empresa está a cobrança de R$ 54,43 de taxa de condomínio. Segundo outro morador, além de elevado para o padrão de vida dos contemplados no programa Minha Casa Minha Vida, o valor não teria nenhum tipo comprovação material que justifique a sua implantação.
“A planilha de custo apresentada não foi passada a todos os moradores, nem o regimento interno, ou seja, a impressão que se tem é que querem fazer tudo por debaixo dos panos. O pior é que estão usando desse artifício para intimidar as pessoas, dizendo que se elas não pagarem a taxa, vão perder seus apartamentos”, disse.
Aos moradores, a empresa teria justificado o valor devido à necessidade de realizar serviços de manutenção em todo o residencial. Dentre as despesas mensais previstas estão a limpeza de lixeiras, manutenção de churrasqueiras e áreas afins, no valor de R$ 1.400,00, manutenção elétrica, hidráulica e pintura orçada em R$ 550,00.
“Somente nos blocos 14 e 15, por exemplo, o valor pago para fazer a limpeza das lixeiras não passa de R$ 50,00. Então, não tem como justificar esse valor tão alto. Além disso, por que cobrar esse montante se temos uma garantia de cinco anos sobre os apartamentos? Isso já está no contrato e novamente não temos nenhum documento da Sesipa alegando que esse gasto é necessário”, frisou.
Outra contestação dos moradores diz respeito ao valor da ajuda de custo paga ao síndico de condomínio, que atualmente é de R$ 1.500,00. Um valor que, segundo eles, é “extremamente alto para uma função que não requer obrigatoriedade de tempo integral”.
“O trabalho do síndico não se dá em tempo integral, ou seja, o mesmo pode ter um emprego e ainda receber esse valor do condomínio. Vale ressaltar ainda, que a pessoa que ocupa este cargo não tem formação para exercer tal função. Um síndico profissional em outro Estado, que tenha curso e trabalhe com carteira assinada, não ganha menos que R$ 2 mil, já que trabalha exclusivamente para receber esse salário”, salientou.
CODESAIA – Por meio de nota, a Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima) informou à Folha, que as questões elencadas pelos moradores devem ser tratadas diretamente com a empresa contratada por meio de licitação de responsabilidade da Caixa Econômica Federal. A Folha entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Caixa em Roraima, mas até o fechamento dessa matéria, às 18 horas de sexta-feira, não obteve resposta. (M.L)