Cotidiano

Moradores reclamam de atraso na entrega de correspondências

O atraso na entrega das correspondências afeta principalmente os moradores dos bairros Pintolândia e Senador Helio Campos, localizados na zona oeste da capital

MARCOS MARTINS

Editoria de Cidades

Moradores de alguns bairros da cidade de Boa Vista têm reclamado dos constantes atrasos na entrega de suas correspondências feita pelos correios. Uma dessas moradoras é Fabíola Silva que mora há dois anos na capital e afirma que nunca recebeu suas correspondências na data exata. “Sempre chega atrasado e desde que vim morar aqui nunca recebi minhas encomendas no momento certo. Atualmente prefiro receber tudo pelo email por causa da facilidade”, revela a moradora.

Outro que vive drama semelhante é Cleonis Aníbal Feitosa, que mora no bairro Senador Hélio Campos, localizado na zona oeste de Boa Vista. “Não recebemos conta de energia, conta de telefone, minha sogra tinha uma assinatura de revista e cancelou por conta disso. Um transtorno muito grande que vivemos aqui”, afirma.

Ainda conforme Cleonis, a demora na entrega das correspondências acaba afetando o seu trabalho. “Sou representante comercial de uma empresa de Minas Gerais e recebo semanalmente ou quinzenalmente pacotes com panfletos e materiais de divulgação das promoções dessa empresa. Essa semana estava aguardando um malote e ele não chegava e ontem quase a meia-noite meu chefe ligou de Minas [Gerais] dizendo que o malote voltou e que o endereço não existe. É um prejuízo, pois eu recebo de acordo com as minhas vendas e estou uma semana parado esperando chegar esse material de trabalho. Vou ter que esperar por mais um período, porque o correio não veio entregar”, afirma o morador que terá que ir pegar sua encomenda na agência dos Correios localizada na avenida Benjamin Constant. 

Daniele Santos que mora no Pintolândia, bairro localizado também na zona oeste da capital, também reclama que seus boletos chegam atrasados. “Tenho quatro anos morando aqui nesta casa e sempre chega meus boletos de banco atrasados. Antigamente o problema era pior e chegava mais documentos com atraso, mas é um transtorno complicado”, revela a moradora.

CORREIOS – Em nota, o serviço de entrega está ocorrendo normalmente em todo o Estado. Para apurarmos casos pontuais, é necessário informar o endereço completo do cliente e o código de rastreamento dos objetos postais.

Sobre a manifestação do morador do Bairro Senador Hélio Campos, na região de chácaras onde está localizada a Rua HC4, informamos que as entregas podem ser parcialmente prejudicadas devido aos alagamentos provocados pelas fortes chuvas.

Neste caso, os objetos ficam aguardando a retirada em uma unidade dos Correios. Para obter informações sobre objetos, os clientes devem acionar os canais de atendimento da empresa. Para isso, basta acessar a central de atendimento pela internet (http://www2.correios.com.br/sistemas/falecomoscorreios/) ou pelo 0800-725-0100.

Sindicato reage à privatização e diz que Correios é autossustentável 

Legenda: Presidente do Sintect, Antônio Rodrigues de Sousa, relata que ações serão tomadas e que os Correios é autossustentável (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos e similares do estado de Roraima (Sintect-RR) é contrário ao estudo do governo federal que avalia a privatização de 17 empresas estatais, incluindo os correios. Segundo o presidente do Sintect-RR, Antônio Rodrigues de Sousa, ainda haverá uma reunião entre todos os sindicatos dos correios no Brasil para analisar quais serão as ações a partir do anúncio. “Vamos reunir e discutir no Consin, Conselho que reúne todos os sindicatos da federação, para discutir a nossa data–base e agora essa nova pauta da privatização. Fizemos uma reunião com a diretoria aqui e esperamos a orientação da nossa federação e vamos prosseguir daqui pra frente a respeito da privatização. Até o momento já existe um abaixo assinado para levar para o Congresso Nacional sobre a privatização”, afirma o presidente.

Ainda para o presidente, os Correios possuem uma função social importante no Brasil que poderá ser mudada com uma privatização. “Eles colocam que os Correios, hoje, é uma empresa que dá prejuízo para o governo federal, mas é o contrário, somos autossustentáveis. Muitas vezes a população não sabe da verdade. Somos totalmente contra a privatização, pois temos um lado social forte e em regiões deficitárias e mais distantes é necessário esse trabalho que os correios realiza”, destaca Antônio.

Reajuste Salarial – No mês de julho, os trabalhadores dos Correios tiveram um impasse após a empresa pública oferecer um reajuste salarial de 0,8%, considerado pela categoria menor que a inflação, e chegaram a ameaçar entrar em greve. 

A decisão de não deflagrar a greve aconteceu após acordo com o vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Renato de Lacerda Paiva. Segundo o presidente do Sintect-RR, essa discussão ainda está em aberto. “Com o Consin que inicia nesta sexta, em Brasília, vamos discutir esse campanha salarial e vamos conciliar nossas ações. Teve uma reunião e um pedido às federações do sindicato que a empresa prorrogasse o nosso acordo coletivo e que seria intermediado um novo acordo. Estamos esperando que se apresente uma proposta para a gente e que seja viável para a empresa também”, afirma Antônio.

Além do reajuste salarial, a categoria pede a exclusão de cláusulas do acordo coletivo, como a exclusão do vale cultura, redução do adicional de férias, aumento da mensalidade do convênio médico, entre outros assuntos.