Moradores de bairros da zona oeste da capital procuraram a Folha nessa quarta-feira, 17, para reclamar de vazamento de esgoto e falta de água na região. O problema atinge a população do Aeroporto, Alvorada e Pintolândia.
Conforme um morador e comerciante da Avenida Ataíde Teive, no Alvorada, há um bueiro com vazamento desde maio de 2018. O denunciante pede que as autoridades tomem providências, já que o problema atinge a qualidade de vida da população.
“Isso prejudica até a nossa saúde. Quando a gente quer almoçar, merendar alguma coisa, não dá. Tudo isso faz parte do nosso dia a dia. Não pode ficar aqui na frente por causa do mau cheiro, gera mal-estar na gente, inalando coisa ruim”, afirmou.
Ele ressaltou que o problema também prejudica os comerciantes.
“O pessoal passa por aqui, se depara com esse bueiro e nem encosta. Com isso, a gente deixa de atender alguém que só olha e vai embora”, reclamou.
O comerciante afirma que já denunciou o problema às autoridades e que os vizinhos também já entraram em contato com os órgãos responsáveis, porém nada foi resolvido até o momento.
“Não dá para conviver com isso. Todo mundo já denunciou. As equipes vêm, tiram umas fotos e vão embora. Não é isso que a gente quer. Aqui é uma avenida com bastante comércio”, complementou.
OUTROS BAIRROS – Já uma moradora do bairro Pintolândia, na Rua Francisco Sales Vieira com a Avenida dos Corretores de Imóveis, se queixou da existência de uma poça de lama na região resultante de vazamento de água de esgoto. Ela reclama do mau cheiro e diz temer a proliferação de doenças por causa de mosquitos e acesso de animais à água contaminada.
“Isso dificulta tudo. Para dormir, é um mau cheiro. As pessoas vêm, mexem e no outro dia estoura de novo. E fica direto isso”, reclamou.
A outra reclamação é de uma ouvinte da Rádio Folha 100.3 FM com relação à falta de água sempre no mesmo período na Rua Sargento Azevedo, no bairro Aeroporto. Conforme a ouvinte, falta água normalmente por volta das 9h da manhã, o que atrapalha as atividades domésticas, como fazer o almoço.
“Todos os dias, das 9h até as 13h30 ou às 14h, a água fica muito ‘fraca’, ao ponto de não subir para o chuveiro”, reclama.
ESTIAGEM – Em nota, a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caerr) informou que o sistema de abastecimento está em funcionamento, mas, por causa da forte estiagem, o fornecimento no Aeroporto, demais bairros da capital e também no interior está prejudicado.
“Além dos fatores climáticos, o consumo de água nos meses de verão é mais elevado do que no restante do ano. O registro feito nessa quarta-feira [17] pela Gerência do Sistema de Águas (GSA) constatou a cota negativa de – 0,22 cm. Para ser considerado satisfatório, é necessário que esteja acima de 0,50 cm, pois, abaixo desta média, as bombas começam a ter perda de rendimento”, informou a Caerr.
A Caerr também destacou que a instabilidade energética é outro problema sério enfrentado pelo sistema operacional de abastecimento, uma vez que todos os equipamentos elétricos necessitam obrigatoriamente de energia estável para funcionarem na plenitude.
“As constantes quedas de energia, além de comprometerem o fornecimento de água, danificam seriamente os equipamentos, resultando em prejuízo financeiro para a empresa”.
Apesar da possibilidade de racionamento estar descartada, a companhia faz um alerta à população para a importância do consumo racional de água, evitando o desperdício.
“A situação está sob controle, mas é de extrema urgência o uso racional da água por parte dos consumidores”, completou o órgão.
ESGOTO – Já sobre esgoto, a Caerr informou que nos trechos da Avenida Ataíde Teive, no bairro Alvorada, bem como na Rua Francisco Sales Vieira, no Pintolândia, embora tenha sido construída, a rede de esgoto não foi repassada para administração da companhia, ou seja, não está liberada para interligação nas residências. As ligações irregulares feitas nos trechos citados ocasionam os odores e outros danos.
“Uma vez a rede repassada para a Caerr, é necessário um prazo de 30 dias para que o usuário faça a interligação das residências. Antes deste prazo, a interligação configura crime”, afirma o órgão.
A companhia afirmou ainda que Boa Vista já tem mais de 51,6% de cobertura de rede de esgoto, com mais de 47.891 imóveis interligados ao sistema. A meta é que, em 2019, a capital tenha em torno de 93% dos domicílios interligados à rede.
“Vale ressaltar que 100% do esgoto de Boa Vista é tratado, o que elimina os riscos de contaminação dos rios e igarapés da cidade”.