Cotidiano

Moradores temem contaminação da água

Associação de moradores do Equatorial denuncia que ocupantes de terra pública cavaram fossa perto de poço artesiano que abastece o bairro

A presidente da Associação de Moradores do bairro Equatorial, Nela de Lima, afirmou que as pessoas ligadas ao Movimento Sem Terra (MST), que estão construindo barracos em um terreno da Companhia de Águas e Esgoto de Roraima (Caer), estão cavando fossas no terreno e colocando em risco a qualidade da água fornecida aos moradores do bairro por meio de um poço artesiano.
Ela disse que a comunidade está insatisfeita com as famílias assentadas no local. “Eles invadiram esse terreno e, por meio de política, conseguiram ficar. Mas eles estão em um local que não pode ser habitado porque é de responsabilidade da Caer, que determina que sejam construídas casas a no mínimo 30 metros do local”, frisou.
Conforme a líder comunitária, ela já foi várias vezes à empresa pedir para que providências sejam tomadas e que retirem as pessoas do local. “Eles falaram que não podem fazer nada porque o Iteraima [Instituto de Terras e Colonização do Estado de Roraima] cedeu as terras para eles”, disse.
Nela explicou que também já foi ao Iteraima pedir alguma providência sobre o problema, mas o órgão alegou que a responsabilidade seria da Caer. “Enquanto isso, a gente que mora aqui está sendo prejudicada, porque ninguém faz nada, só jogam a responsabilidade um para o outro. E os invasores continuam lá”, frisou.
MST –  A Folha foi ao local e conversou com os moradores. A presidente do MST, Mariana Ferraz, afirmou que todos os que estão construindo foram legalizados pelo Iteraima. “Nós não estamos fazendo nada de errado, fomos expulsos da BR-174, onde estávamos acampados, e o governo nos deu essas terras aqui. Temos documentos, somos os donos”, disse.
CAER- A assessoria de comunicação da Caer informou que entrará em contato com o setor jurídico e irá verificar quais providências tomará com relação a este caso.
ITERAIMA – A Folha questionou o Iteraima para saber o motivo pelo qual um terreno da Caer, no qual a própria estatal alega que não pode construir nada no local para não atingir o poço artesiano que fornece água para o bairro, foi cedido aos ocupantes. O órgão se prontificou a responder até o final do dia de ontem, mas até o fechamento desta matéria, às 19h, não houve retorno. (JL)