Os moradores do bairro Cinturão Verde, zona Oeste da Capital, estão preocupados com o depósito das empresas de ferros-velhos da região, considerados locais propícios para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, levando riscos de doenças que já foram contraídas pela vizinhança. Esse inseto é o transmissor da dengue, zika vírus, chikungunya e febre amarela urbana.
A moradora da Rua São José, mesma via de um ferro-velho, Jeane Maria, disse que se trata de uma situação incômoda a todos os residentes das proximidades. “Nenhum morador gosta dessas sucatas que estão aí há anos, pois acumulam água da chuva e proliferam insetos. Enquanto isso, convivemos com tudo de ruim que isso causa: baratas, mosquitos, ratos e doenças. Tudo o que não presta está aqui ao lado”.
Segundo ela, duas pessoas de sua casa já contraíram dengue. “O único jeito é ter esperança para que ninguém mais fique doente por conta disso, mas não faltam oportunidades com essa pilha de ferros-velhos.
O que mais queremos é que esse depósito seja fechado ou saia daqui”, ressaltou. “Não sei por que o poder público não consegue tomar uma providência. Já fizemos inúmeras denúncias, mas nada é feito. Nunca houve sequer fiscalização”.
O estudante Luiz Felipe, que mora ao lado do ferro-velho, acredita que ninguém pode ter conforto diante de um local assim. “Sabemos dos perigos que isso pode trazer para nós e nossas crianças. Estamos aqui há cerca de cinco anos e, até agora, a Prefeitura não tomou providências para analisar a situação”, protestou.
Conforme ele, além do problema com insetos, há também animais que invadem sua casa constantemente. “Como muitos ratos vêm do ferro-velho para cá, a todo o momento gatos entram em nossos terrenos e, muitas vezes, o latido dos cachorros incomoda. Por isso, pedimos que a fiscalização compareça para, caso existam perigos, fechar o local”.
PREFEITURA – Em nota, a Prefeitura de Boa Vista informou que a fiscalização em ferros-velhos ocorre por meio de denúncias e acontece em conjunto entre as secretarias de Gestão Ambiental, Segurança Urbana e Trânsito e Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur).
“A atividade de armazenamento e transformação de resíduos sólidos (sucata) é passível de licenciamento ambiental, sendo exigidas licenças e adequações para que seja garantida a qualidade ambiental e o sossego da população”, informou, acrescentando que a população pode fazer denúncia ligando para a Central de Atendimento 156, que funciona 24h, ou para a fiscalização no número 99113-3465.
A denúncia também pode ser feita na Secretaria Municipal de Gestão Ambiental e Assuntos Indígenas. O cidadão pode ligar para o número 3624-4451, ou por meio de um documento escrito, contendo o endereço, dia e horário da ocorrência. A secretaria fica na Rua Claudionor Freire, nº 571, bairro Paraviana, zona Norte.
“Após a formalização da denúncia, a equipe de fiscalização vai até o local indicado para o flagrante e comprovação do caso. Poderá ser dada advertência, multa ou embargo, caso o empreendimento esteja funcionando sem licenciamento ambiental”, destacou. (B.B)