Na madrugada de quarta-feira, 27, morreu no Hospital Geral de Roraima (HGR) o indígena Kliver Alfredo Perez Rivero, de 24 anos, vítima de um conflito com a Guarda Nacional Bolivariana (GNB) na última semana. Agora, são duas mortes confirmadas devido ao ataque aos indígenas da comunidade Kumaracapy, em San Francisco de Yuruani, na Gran Sabana.
Kliver foi um dos sete indígenas que foram trazidos para o HGR após os conflitos na fronteira. Ele estava internado desde a última sexta-feira, 22. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), ele foi o primeiro ferido com arma de fogo na Venezuela.
Segundo a Sesau, Kliver teve lesões no tórax e no abdômen, com múltiplos ferimentos no fígado e intestino, todos provocados por arma de fogo. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HGR, mas mesmo com atendimento médico, morreu por causa do estado de saúde crítico. A causa da morte foi falência múltipla de órgãos.
ENTENDA O CASO – Além de Kliver, o conflito na Venezuela teve a também indígena Zoraida Rodriguez morta devido a um ataque de arma de fogo da Guarda Nacional Bolivariana, na sexta-feira, 22.
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Segundo o relato dos indígenas, o tumulto começou por volta das 6h da manhã de sexta quando guardas tentaram passar com tanques em direção a Santa Elena de Uairén, na fronteira com Pacaraima, e entraram no perímetro dos indígenas da etnia Pemon.
O relato é de que eles tentaram bloquear a passagem, mas a Guarda Nacional entrou à força e atirou em pessoas desarmadas, com arma de fogo, balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Com os ferimentos graves de muitos dos presentes, sete venezuelanos foram trazidos às pressas para Boa Vista, para atendimento médico. Outros receberam atendimento em Pacaraima e outros ainda mesmo em Santa Elena.
Vale ressaltar que a comunidade é contrária ao governo de Nicolás Maduro e apoia as atividades do presidente da Assembleia Nacional e autodeclarado presidente encarregado da Venezuela, Juan Guaidó.
