O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Norte I informou, com grande pesar, a morte de Edina Margarida Pitarelli, de 56 anos, na sexta-feira (4), em Manaus (AM). A missionária não resistiu à Covid-19. Ela estava internada no Hospital Delphina Aziz desde o dia 10 de novembro.
Sua atuação sempre esteve ligada aos pobres, trabalhadores rurais e indígenas, atuando desde 1994 no Cimi onde chegou a ser coordenadora do regional Norte I, que abrange Amazônia e Roraima.
Ela veio ao estado para integrar uma comunidade das Servas do Espírito Santo, que atuava com os povos indígenas Macuxi, Wapichana e Sapará na região de Amajari, integrando a Pastoral Indigenista da Diocese de Roraima.
Em 2000, Edina e Sirley Weber, ambas missionárias Servas do Espírito Santo, acompanhadas por indígenas, sofreram uma emboscada na ponte sobre o rio Ereu quando se dirigiam à comunidade indígena Ananás.
Um grupo de aproximadamente 30 homens parou o veículo da Diocese em que viajava as missionárias e indígenas, fechando a ponte. Armados de paus e facões, subjugaram e ameaçaram as religiosas e os indígenas durante mais de uma hora. Por fim, atiraram a camioneta de cima da ponte e obrigaram o grupo a continuar o caminho a pé.
Edina integrou a equipe de Coordenação do Cimi Norte I, entre 2007 a 2015. De 2011 a 2015, representou o Regional no Conselho Nacional do Cimi. Com muita dedicação e entusiasmo, animou as equipes locais do Cimi no Amazonas e Roraima no seu apoio às lutas dos povos indígenas pela conquista de direitos, como mobilizações indígenas, processos de formação nas comunidades, campanhas e incidências políticas junto aos órgãos públicos.
Abnegada e resoluta em sua missão, a de servir aos povos indígenas e às demais comunidades maltratadas pela desigualdade e violações de direitos, Edina deixa um legado de luta e amor do qual jamais nos esqueceremos.