Quem passa pela Avenida Sebastião Diniz em direção ao Centro da capital, já deve ter notado a fila de táxi-lotação que entra pela Rua Ajuricaba. Há quase seis meses, esse é o novo percurso dos motoristas para chegar ao Terminal José Campanha Wanderley, no Centro. Antes, eles chegavam ao terminal por meio da Rua Cecília Brasil, mas foram impedidos devido ao intenso tráfego na área.
O acordo em relação à mudança ocorreu entre a Cooperativa de Transportes de Passageiros de Táxi Lotação e a Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur). Alguns motoristas, no entanto, não gostaram da alteração. É o caso de Elisraik Araújo, motorista de lotação há cinco anos. “A gente veio porque foi preciso, o fluxo era grande na Rua Cecília Brasil, mas por mim ainda estaríamos lá”, contou.
No local de espera, o que tem chamado a atenção de quem passa é à quantidade de carros que, na maioria das vezes, continua a fila na Avenida Sebastião Diniz. Na última quinta-feira, 24, por volta das 15h, a reportagem foi ao local conversar com alguns motoristas e contou quase 50 carros. Alguns motoristas informaram que, dependendo do dia, o número pode chegar a 100.
Pela quantidade de carros, a espera também se torna cada vez maior. Conforme Araújo, às vezes é preciso esperar 40 minutos para chegar ao terminal. Durante a espera, alguns motoristas saem do carro em busca de sombra.
O motivo da demora? A falta de passageiros para completar os quatro lugares do carro. Entretanto, ao invés de rodar a cidade em busca de clientes, ele afirmou que prefere enfrentar a fila.
Com o preço médio do litro do combustível a R$ 4,50, a maioria dos motoristas opta pela fila. Araújo comentou que, com o que ganha, consegue pagar as contas e manter a família. “Mas no preço que tá não tem como ficar gastando à toa. A gente precisa dos passageiros. Mas é aí que tá o problema. As pessoas não estão recebendo direito para movimentar a economia”, informou.
Na avaliação de Elso Pessoa, que trabalha como lotação há três anos, a situação pode mudar após as eleições. “Normalmente ficavam cerca de 20 carros nessa fila. Aí o governo começou atrasar pagamento e afetou tudo. Agora, quando a gente chega ao terminal, nem sempre tem a quantidade de passageiros para fazer o percurso. Não vale a pena ir muito longe só com um passageiro”, pontuou. (A.G.G)