Cotidiano

Motoristas fazem protesto e fecham tráfego na fronteira com a Venezuela

Promessa de reabrir fronteira não se cumpriu, por isso os condutores de caminhões e táxis decidiram interditar a rodovia

Um protesto de motoristas, que aguardavam resolver o problema do abastecimento de gasolina, na fronteira do Brasil com a Venezuela, Norte do Estado, fechou o tráfego para o país vizinho. Aproximadamente 80 veículos entre caminhões, táxis e carros de passeio estão impedindo a passagem pela rodovia que leva a Santa Elena de Uairén, que faz fronteira com o Município de Pacaraima.
Segundo o tenente Gonzaga, da Polícia Militar, a revolta dos motoristas é por conta do fechamento do posto de combustível, que funciona no país vizinho, pelos indígenas venezuelanos, desde o dia 7 de novembro. O tenente informou que, além da PM, as polícias Civil e Federal estão no local para evitar tumultos e também negociar com os manifestantes a retirada dos veículos da rodovia.
O protesto começou no início da tarde de ontem. De acordo com moradores ouvidos pela Folha, desde sábado havia uma promessa de que o posto seria reaberto, o que não aconteceu até o final da tarde de ontem. “O que ficamos sabendo aqui em Pacaraima é que aconteceu uma reunião no dia 28 entre os indígenas e os gestores públicos de Caracas, quando ficou acertado que o posto iria abrir. Mas isso não aconteceu e os motoristas que estão na fila desde domingo resolveram protestar”, disse um morador de Pacaraima.
O posto de combustível atende uma grande parcela de brasileiros, sejam os moradores de Pacaraima ou os motoristas de caminhão e táxis que percorrem a rodovia para levar produtos à Venezuela. Moradores de Pacaraima estão sem rodar nos carros e os taxistas que fazem a rota intermunicipal para Boa Vista querem aumentar o preço da passagem, pois estão abastecendo em Boa Vista.
CASO – O posto de combustível foi fechado no início do mês passado por um grupo de indígenas venezuelanos da comunidade San Antonio del Morichal, que reivindicam melhores condições de trabalho para os frentistas e apoio à comunidade.
O posto está dentro de uma área indígena, habitada pela etnia Pemon-Taurepang. Os indígenas passaram a dormir no local, impedindo a venda de combustível.