Cotidiano

Movimentos de esquerda realizam ato contra prisão do ex-presidente Lula

Ação ocorreu na sede do Partido dos Trabalhadores em Roraima e reuniu representantes partidários, sindicais e do Movimento dos Sem Terra

Assim como o restante do país, movimentos de esquerda de Roraima se reuniram na sexta-feira, 6, em ato de apoio à candidatura e contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante a ação também foi elaborada uma nota de resistência assinada pelos presentes.

A ação ocorreu na sede do Partido dos Trabalhadores (PT-RR), no bairro São Vicente, e contou com representantes da própria sigla, do PCdoB, PDT, PCB, PSOL, do Movimento dos Sem Terra (MST) e representantes de entidades religiosas, estudantes, mulheres, trabalhadores, entre outros.

Em nota, os reunidos reforçam a contrariedade à prisão do ex-presidente por considerar que a ação é uma tentativa de “impedir a participação democrática” de Lula nas eleições de 2018 e para expressar a resistência nas ruas “por eleições livres e democráticas e contra a perseguição aos movimentos sociais, sindicais e as lideranças progressistas que lutam para que o Brasil não caia no abismo da repressão e do autoritarismo”.

O 1º vice-presidente do PT-RR, Titonho Beserra, salientou que a ação também funcionou como pontapé inicial para uma série de medidas que ainda vão ser elaboradas nos próximos dias em prol dos movimentos de esquerda no Estado. “Daqui para frente, vamos começar a discutir e elaborar as nossas programações e sempre ampliando com todos os movimentos e pessoas individuais, independente de partido. A partir de agora a ideia é que esse grupo todo comece a realizar um trabalho em conjunto, que contemple a vontade e as sugestões de cada movimento”, reforçou.

Para Titonho, a situação da decretação da prisão de Lula não é só uma questão difícil para o ex-presidente, mas preocupante para todo o país. “Prender uma pessoa quebrando as regras da Constituição, com manobras jurídicas. Quem viveu o período da ditadura militar sabe o quanto isto custou às pessoas e viver agora uma ditadura do judiciário que, quando lhe interessa, quebras as regras, isso é muito perigoso”, pontuou.

“Isso nos preocupa muito porque ataca diretamente a nossa democracia. Hoje aconteceu com o Lula, mas qualquer outra pessoa progressista, que tenha o interesse de levar o país adiante e olhando para a maioria da população, que é a população pobre, pode passar por esse tipo de constrangimento”, completou Tatiana Cassiano, presidente municipal do PCdoB.

Para Maria Alves, presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais de Roraima, a percepção dos movimentos de esquerda é que se o ex-presidente chegar a ser preso, o processo eleitoral não será válido. Porém, caso isso aconteça, os representantes devem manter o suporte. “Nós vamos lutar para que a gente consiga reverter a situação. Se ele se candidatar, ele vai ser eleito. Se não e ele chegar a indicar uma pessoa, essa pessoa pode ser eleita sim e com o apoio dos movimentos sindicais”, reforçou.

PRÓXIMOS PLANOS – Até agora, o que já foi definido é que a sede do PT-RR continuará aberta em estado de vigília no período da manhã até meia-noite, sem previsão de fechar. “A sede vai ficar aberta enquanto tiver gente. A orientação é manter o partido aberto, com gente, para o povo saber que nós estamos na luta”, afirmou o secretário estadual do PT em Roraima, Marlison Ângelo.

Sobre as ações do MST em outros estados, de fechamento e bloqueio das estradas, o diretor estadual da sigla em Roraima, Geolmar da Silva, informou que não há nada previsto neste sentido no Estado. “Nós avaliamos esse ato como a prisão dos direitos dos trabalhadores brasileiros”, ressaltou. (P.C.)