Cotidiano

MPF investiga suposto tratamento privilegiado à Neudo Campos no HGR

Segundo o MPF, visitas fora do horário e a permanência de um familiar foram denunciadas

O Ministério Público Federal abriu um procedimento preparatório para apurar o suposto tratamento privilegiado que tem recebido o ex-governador Neudo Campos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Geral de Roraima (HGR). Ele está internado desde o dia 30, depois de ter passado mal na sede da superintendência da Polícia Federal, onde estava temporariamente recolhido, e ser levado por uma ambulância do Samu.

O MPF suspeita da simulação de uma situação de grave de debilidade física com a intenção de atrasar a transferência do político para uma unidade prisional no estado de Mato Grosso do Sul. A investigação, segundo apurou a Folha, é baseada em relatos de funcionários do próprio hospital.

Ainda segundo apurou a Folha, o procurador responsável pelo caso aponta, com base em documentos e relatos, a ocorrência de visitas livres, fora do horário estipulado pela própria administração do HGR à UTI, além da permanência de uma das filhas de Neudo por tempo muito superior ao período determinado às visitas, e a circulação livre de pessoas ligadas ao político na área restrita, contrariando regras do sistema de saúde. O ex-governador estaria no chamado isolamento da UTI, única área reservada dentro do local, de onde, segundo informações repassadas ao MPF, teria sido retirado um paciente para dar lugar a Neudo.

O suposto tratamento privilegiado dado a ele, em detrimento de outros pacientes internados no hospital, é um dos principais pontos da investigação dos procuradores da República, que será acompanhada também pelo Ministério Público do Estado.

O MPF já investiga a existência de uma suposta “organização criminosa” – formada por servidores públicos estaduais – para auxiliar Neudo Campos, no período em que este esteve foragido, o que resultou na prisão de policiais militares e de uma secretária de Estado. Caso seja detectado por parte da investigação que servidores da Saúde estejam, de alguma forma, favorecendo o ex-governador, esses também estariam sujeitos à prisão preventiva.

O procedimento, encabeçado pelo procurador Carlos Augusto Guarilha, também investiga relatos de diálogos entre médicos e servidores da UTI, presenciados por policiais, dando conta da real necessidade de permanência do ex-governador na unidade de saúde, e aponta que o paciente não estaria entubado ou tomando soro, e fazendo uso apenas de dois medicamentos, sendo um deles relaxante muscular e ansiolítico, e o outro que diminui acidez no estômago, e é usado por quem possui gastrites e úlcera, o que descartariam, pelo menos em tese, um estado considerado extremamente grave do paciente.

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