Cotidiano

MPRR vai requisitar informações sobre uso direto de termelétricas

Conforme assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta em 2014, termelétricas só podem ser ligadas em casos de emergência

O Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) irá requisitar informações à Eletrobras Distribuição Roraima e a Fundação do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) para analisar o uso contínuo das termelétricas no Estado.

Ligadas desde o dia 16 de setembro, a usina está suprindo a falta de energia, que antes era recebida pelo Linhão de Guri.

Em um acordo firmado em 2014, a Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente realizou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em relação ao risco de racionamento de energia elétrica em mais de 60 mil domicílios do estado, em decorrência dos constantes apagões da linha vinda da Venezuela, visando minimizar o problema.

Segundo o Ministério Público, desde então todas as condições assumidas no TAC foram cumpridas normalmente. Na época, a Eletrobras se comprometeu à instalação e o funcionamento das três usinas termelétricas mediante apresentação de Relatório Ambiental Simplificado (RAS), como uma forma de estudo da viabilidade para licença ambiental, segundo orientação da Femarh.

Com o acordo, as usinas devem funcionar para atender a demanda emergencial, sem que haja necessidade de comunicação prévia ao MPRR, até que a rede seja interligada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) através da efetivação do Linhão de Tucuruí. 

ENTENDA – Em coletiva de imprensa realizada no dia 20 deste mês, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou o uso das termelétricas por conta das constantes quedas de energia, oriundas no país venezuelano.

A ideia central era manter o abastecimento até as eleições, por receio de ocorrer um blecaute, entretanto, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico irá realizar uma nova reunião amanhã, 26, para avaliar se mantém por mais tempo a geração de energia por meio das usinas.

Conforme o diretor-geral da Aneel, André Pepitone, foram 65 interrupções no suprimento de energia oriunda da Venezuela até Roraima desde o começo do ano, perdendo 100% da confiabilidade.

Pepitone explicou, na semana passada, que as termelétricas em Roraima têm capacidade de suprir a energia elétrica por oito dias direto, após isso, é necessário reabastecer com estoques vindos de 18 caminhões por dia com 60 mil litros de óleo cada. (A.P.L)