Uma senhora, de 51 anos, aguarda uma operação ortopédica há mais dois meses. A filha da paciente, que pediu para não ser identificada, procurou o jornal Folha de Boa Vista para denunciar a demora. Segundo ela, a senhora é hipertensa, diabética e já fez uso de medicamentos tarja preta para o tratamento de depressão. Ela está internada no Hospital de Apoio no Estádio Canarinho.
Segundo ela, por estar há dias deitada sem poder sentar ou se mover, a senhora começou a criar escaras, que são feridas profundas nas costa e bumbum. “Minha mãe passa o dia chorando, não quer comer o que pode ser um sinal de um novo começo de depressão” disse a filha.
De acordo com ela, a cirurgia foi suspensa por falta de um perfurador pneumático, uma furadeira específica para cirurgias ortopédicas. “Segundo os médicos esses equipamentos estão fora do estado, em manutenção e sem previsão de retorno, podendo durar de dois a três meses. Há muitas pessoas precisam de uma providência. Assim como minha mãe, existem outros pacientes esperando pela cirurgia há mais de dois meses”, relatou.
OUTRO LADO – A Secretaria Estadual de Saúde, por meio da Direção Geral da Unidade Canarinho, informou que já estão sendo tomadas as medidas necessárias para a realização do procedimento cirúrgico da paciente.
Com relação ao perfurador pneumático, item utilizado nos procedimentos em fratura de fêmur, a Sesau ressaltou que um contrato de manutenção para nove equipamentos está em sendo finalizado pela CGUE (Coordenadoria Geral de Urgência e Emergência).
A expectativa é que o conserto ocorra no prazo de 10 dias. E o posterior, o agendamento do procedimento que será agendado pela equipe do HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento).
Sobre a falta de remédios para pressão, a direção da unidade ressaltou que a informação é improcedente. A aplicação do medicamento em pacientes está sendo realizada normalmente e o horário do ambulatório será estendido para o período da noite.
Já em relação a falta de seringas para a aplicação de insulina, a CGAF (Coordenadoria Geral de Assistência Farmacêutica) disse que o abastecimento da unidade já está sendo providenciado.
É importante reforçar que a CGAF não tem medido esforços para normalizar o estoque nas unidades do Estado.