Uma mulher, de 37 anos, mãe de duas alunas da Escola Estadual Indígena Riachuelo, localizada na comunidade Sucuba, município de Alto Alegre, denunciou à reportagem da FolhaBV, que as escolas indígenas estão sem merendeiras e que os próprios pais de alunos estão tendo que preparar a merenda dos estudantes.
Ainda segundo a denunciante, por conta da falta de profissionais, foi decidido em reunião da comunidade, que os alunos não iriam frequentar as aulas até que o problema seja resolvido. Em outras escolas, os pais estão tendo que preparar a merenda dos alunos.
“Os pais não querem mandar os alunos para a escola enquanto não tiver merendeiras. Eles (alunos) serão prejudicados por causa disso, mas não temos outra alternativa. Tem escola que a própria mãe tem que ir preparar as refeições”, disse.
Outro ponto apresentado pela denunciante, foi que o diretor do Departamento de Educação Indígena, estaria ameaçando e intimidando os gestores das escolas para que as aulas comecem mesmo sem merendeiras.
Roraima conta com 220 escolas indígenas e 17 mil estudantes matriculados. “É direito do aluno a merenda escolar. Por que os alunos da Capital têm tudo do bom e do melhor e os alunos das escolas indígenas, que são mais e tem mais escolas, não tem esse mesmo cuidado? Queremos saber quando será normalizado”, questionou a mulher.
A reportagem procurou o Governo do Estado que se manifestou por meio da seguinte nota:
A Secretaria de Educação e Desporto informa que está em análise um novo processo seletivo para profissionais de copa e cozinha para as escolas estaduais indígenas.
Esclarece que na manhã desta quinta-feira, 15, após reunião entre a Secretaria Adjunta de Educação Básica, o Departamento de Educação Escolar Indígena, representante regional da Organização dos Professores Indígenas de Roraima, pais de alunos, o tuxaua da comunidade Sucuba e a gestão da Escola Estadual Indígena Riachuelo, juntamente com a presidente da associação de pais e mestres, foi acordado que a proposta de paralisação das aulas na escola será levada para discussão na comunidade, tendo em vista que o número de aulas paralisadas terão de ser repostas posteriormente para complementação dos 209 dias letivos, conforme prevê a grade curricular vigente.
Por fim, informa que não há registro de ameaça ou reclamação formal ao diretor do Departamento de Educação Escolar Indígena, e que qualquer indício de atividade que defina ameaça será devidamente apurada por esta secretaria.