O dia amanhece e Celina da Silva, de 47 anos, faz sua marmita e pedala quase dez quilômetros, do bairro Bela Vista, na zona Oeste, até o Distrito Industrial, na zona Sul, para acender o forno da carvoaria onde ela trabalha. O ofício é pesado, mas a carvoeira disse que foi o único meio que encontrou para sobreviver e sustentar os cinco filhos.
Antes de acender o forno, a mulher coloca lenha e, em meio a uma espessa cortina de fumaça, Celina retira o carvão e começa a encher as sacas. Por dia, ela produz de 150 a 200 sacolas, ganhando R$ 0,35 em cada uma. A carvoeira trabalha há oito anos no local.
O trabalho não tem hora para terminar. Dependendo da demanda, Celina vira a noite produzindo carvão. “Tenho que trabalhar para sustentar meus filhos, pois é daqui que tiro nosso sustento. É penoso, mas pior se eu não trabalhar”, ressaltou a carvoeira.
A produção de carvão em Roraima aumenta a cada ano. Atualmente são mais de 20 carvoeiros atuando apenas naquela região do Distrito Industrial, no trecho sul da BR-174. Cada um possui uma quantidade de fornos. Cada forno produz o equivalente para preencher uma média de 500 sacolas, que são vendidas por aproximadamente R$ 2,00, a unidade. O processo de produção dura cerca de dez dias.
Por mês, em média, a carvoaria roraimense produz 500 toneladas, recorde nos últimos anos. A produção, por enquanto, só é comercializada na Capital, em feiras-livres e supermercados. Mas a categoria trabalha a todo vapor para ainda este ano começar a exportar para os países vizinhos. (AJ)