As mulheres classificadas no último concurso da Polícia Militar do Estado de Roraima, ganharam o direito de ingressar no curso de formação dentre os primeiros 400 aprovados que já iniciaram a academia.
“Foi uma grande luta. Acreditamos que esse momento seja de ganho para a instituição e principalmente para nós, que nos dedicamos e abdicamos de tanta coisa para compor as fileiras da Polícia Militar de Roraima. Saímos dessa reunião com o governador muito satisfeitas e agradecidas”, disse Leticia Peiro, representante das aprovadas.
O certame realizado em 2018, previa conforme edital, 340 vagas para homens (85%) e 60 para as mulheres (15%) ao cargo de soldado PM 2ª Classe do Quadro de Praças Combatentes.
Ao analisar a ação que questionava o quantitativo de vagas destinada às mulheres, o Tribunal de Justiça considerou inconstitucional, o artigo do Estatuto dos Militares de Roraima que limitava em 15% o número de vagas reservado ao público feminino em concursos da Polícia Militar e Corpo de Bombeiro do Estado.
Com a decisão, o governador Antonio Denarium informou que o Estado fará uma ampliação do número de vagas do concurso público da PM, para que seja possível realizar o chamamento de quase 50 classificadas em uma turma de reposição, em atendimento à decisão judicial vigente, tendo em vista que a academia dos primeiros 400 convocados já está em andamento.
“O Governo de Roraima hoje está aqui, para demonstrar o quanto é sensível a esta causa. Se fossemos seguir a distribuição geral de vagas, sem distinguir público masculino e feminino, obedecendo a ordem de classificação, teríamos que retirar alunos que já deram início à academia da lista de aprovados, pois estas concursadas que aqui estão tem pontuação superior aos alunos que já ingressaram, portanto, para que não haja prejuízo aos que já ingressaram e aos que vão ingressar, nós iremos rever a classificação de cada uma e estudar a melhor forma de fazer a convocação”, esclareceu.
O comandante-geral da PM, coronel Francisco Xavier, disse que será preciso fazer uma previsão logística, assim que todo esse planejamento esteja finalizado. “Nós daremos início a formação dessas novas policiais militares. O que nós queremos é uma formação qualificada para estas candidatas, para que elas não sejam prejudicadas em razão de estarem entrando somente agora. Elas cumprirão o mesmo tempo de todo o curso que é de seis meses, para que não haja nenhuma perda no quesito capacitação”, garantiu.