Você sabia que há não muito tempo atrás as mulheres não podiam participar de competições de esporte? Ou votar e trabalhar fora? Por muito tempo foi atribuído à mulher um papel doméstico para o cuidado exclusivo dos filhos e da casa.
Ainda há um longo caminho para que se possa considerar a sociedade igualitária em relação ao gênero, mas muito já se mudou graças aos esforços de muitas mulheres pioneiras e determinadas, elas podem estar em qualquer lugar, seja trabalhando, estudando, cuidando dos filhos, sendo exemplo de luta e história.
Dona Joana
Joana dos Santos trabalha na Feira do Produtor há vinte anos. Entre os produtos que ela vende, a farinha roraimense é a mais procurada no seu trabalho. Com o sustento que a feira lhe rende ela educou e criou seus quatro filhos. “E criei sozinha, não tem jeito, é uma responsabilidade que sempre fica para a mãe” disse.
Beatriz Eduarda
Venezuelana, a feirante Beatriz está alegre por começar um novo trabalho na Feira do produtor há cerca de um mês. Depois de sair do país de origem devido a crise há um ano, ela começa a se estabelecer no Brasil. “Graças a Deus consegui esse emprego, conseguir me sustentar junto da minha família, começar uma nova vida” disse.
Dona Iolanda
A indígena macuxi Iolanda Pereira da Silva está à frente do Instituto de Etno-desenvolvimento e sustentabilidade da Amazônia. Filha do pajé e tuxaua da Aldeia Uiramutã, Orlando Pereira da Silva, ela cresceu aprendendo com o pai todo o saber tradicional de seu povo, em um tempo em que a saúde indígena não era estruturada nos moldes de hoje.
“Meu objetivo é viabilizar projetos e políticas públicas para as comunidades indígenas de Roraima junto às autoridades do nosso país. Tudo que queremos e precisamos para as comunidades indígenas não é fácil, não é nos dados sem a luta dos indígenas” reforçou.
Denise Rohnelt Araújo
Denise Rohnelt Araújo é um dos principais nomes da gastronomia no Brasil. Além de chef de cozinha, Denise é jornalista e pesquisadora. Sua pesquisa aborda sub-produtos da mandioca, com maior interesse no tucupi negro, uma iguaria de Roraima utilizada apenas pelos indígenas em suas preparações, principalmente na da Damorida.
“Ser pesquisadora no Brasil em qualquer área é sempre difícil pela falta de apoio, patrocínio. Mas ser pesquisadora na área de gastronomia, de cultura alimentar como faço há mais de 10 anos considero mais difícil ainda, pela pouca importância e falta de visão que as pessoas tem sobre o tema. Pesquiso nesse tempo todo sem apoio ou patrocínio, apenas com recursos próprios, por que acredito na importância da cultura alimentar para mostrar a formação da cultura, da história de um povo” disse.
Elienai Menezes
A escritora, cantora e compositora, Elienai Menezes tem uma palestra dedicada a jovens mulheres. Autora do livro ‘Segredo de mulher’ inspirado em fatos reais com personagens inspiradas na experiência de outras mulheres e em fatos da vivencia da própria autora.
“Eu comecei a abordar esse e outros assuntos em palestras e imaginei que seria interessante compilar tudo em um livro e levar para distribuir com estudantes. A obra fala do amor, fala sobre gostar de si mesmo, ter um projeto de vida, hoje em dia é muito difícil encontrar isso nas pessoas, tenho contato com um público de crianças e jovens que às vezes não valorizam as coisas simples da vida, do dia a dia, pequenas coisas que podem nos trazer felicidade, por meio dessa obra e das palestras eu tento passar um pouco disso a eles”, relatou.