A expectativa de vida das mulheres em Roraima é uma realidade distinta da vista no restante do país. Segundo análise feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Estado tem a pior expectativa de vida ao nascer para mulheres com uma média de 74,6 anos. A média nacional é de 79,6 anos.
A análise é com base no estudo “Tábuas Completas de Mortalidade”, divulgado na quinta-feira, 29, pelo IBGE. Conforme o levantamento, Santa Catarina foi quem teve a melhor média, com um percentual de 82,7 anos para as mulheres. O estudo explica, por exemplo, que uma recém-nascida em Santa Catarina esperaria viver em média 8,1 anos a mais do que uma recém-nascida em Roraima.
Já na esperança de vida dos homens, a colocação do Estado ficou um pouco melhor. A esperança de vida ao nascer dos bebês do sexo masculino é de 69,4 anos, um percentual não tão distante do que a média nacional, que é de 72,5. Santa Catarina aparece mais uma vez com a maior média do país, com uma expectativa de vida de 76,1 anos aos homens brasileiros.
A taxa geral de expectativa de vida ao nascer, incluindo homens e mulheres, é a quarta pior do país, ficando na frente somente do Maranhão, Piauí e Rondônia. A média no Estado é de 71,8, sendo que a expectativa nacional é bem acima, de 76,0.
DADOS NACIONAIS – No restante do país, observou-se que a expectativa de vida ao nascer atingiu 76,0 anos em 2017, contra 75,8 anos em 2016. A esperança de vida das mulheres chegou a 79,6 anos, um pouco mais do que foi visto em 2016 (79,4). O percentual continuou maior que a dos homens que ficou em 72,5 anos em 2017, embora também tenha crescido de 2016 para cá (72,2).
Regionalmente, Santa Catarina apresenta a maior esperança de vida (79,4 anos), seguida por Espírito Santo (78,5 anos). Com as menores expectativas de vida estão Maranhão (70,9 anos) e Piauí (71,2 anos).
Conforme o IBGE, os maiores diferenciais de mortalidade por sexo refletem os altos níveis de mortalidade de jovens e adultos por causas violentas, o que explica a baixa expectativa de vida das mulheres em Roraima, já que o Estado conta com os maiores números de homicídios contra vítimas do gênero feminino.
MORTALIDADE INFANTIL – Além da expectativa de vida, a análise do IBGE também demonstrou dados sobre a taxa de mortalidade infantil no país. O relato é positivo, com o Brasil mantendo uma queda no número de mortes em 2017, algo que tem sido visto nas últimas sete décadas.
No ano passado, o percentual era de 13,3 a cada mil nascidos vivos. Em 2016, era de 12,8. O IBGE explica que a redução também foi sentida na taxa de mortalidade no grupo de 1 a 4 anos, que ficou em 2,16 em 2017.
A tendência, segundo o IBGE, é que os óbitos se concentrem cada vez mais nas crianças de até 1 ano. A ocorrência se dá, na sua maioria, por conta de questões congênitas como a má formação do bebê.
“No grupo de 1 a 4 anos, predominam causas ligadas ao ambiente em que a criança vive, como a falta de saneamento básico. No grupo de até 1 ano, temos muitos óbitos que ocorrem nas primeiras semanas de vida da criança, causadas sobretudo por doenças congênitas”, afirma o IBGE.
O instituto frisa ainda que a queda na mortalidade infantil está amplamente relacionada ao aumento da expectativa de vida. Enquanto a taxa de mortalidade infantil caiu de 146,6 (1940) para 12,8 (2017), a esperança de vida ao nascer foi de 45,5 anos (1940) para 76 anos (2017).
LEVANTAMENTO – O IBGE divulga anualmente a Tábua Completa de Mortalidade correspondente à população do Brasil desde 1999, conforme determinação de decreto presidencial. O estudo tem sido utilizado como um dos parâmetros necessários à determinação do chamado ‘fator previdenciário’ para o cálculo dos valores relativos às aposentadorias dos trabalhadores que estão sob o Regime Geral de Previdência Social. (P.C.)