Com o objetivo de conscientizar a população de seu papel fundamental no combate ao mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão de doenças como a dengue, zika e chikungunya, a rede estadual e municipal de saúde, com auxílio do Exército, Corpo de Bombeiros e apoio de voluntários, promoveu, durante todo o sábado, 4, um mutirão com ações de combate ao inseto.
De acordo com dados do Governo do Estado, mais de mil pessoas atuaram na busca de focos do mosquito, em nove bairros da cidade e em diversos pontos no interior do Estado. A ação, que contempla o 4º Ciclo de Ação contra o Aedes, determinação da Sala Nacional de Coordenação e Controle para o Enfrentamento à Microcefalia, também foi planejada para ser executada no período chuvoso, quando há um aumento no risco de proliferação do Aedes aegypti.
No entanto, com a ocorrência de uma chuva forte no final da tarde de sábado, um dos eventos programados pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde teve que ser adiado para ocorrer durante a programação da 25ª edição do Arraial do Anauá. “Uma das nossas ações, que seria no Parque Anauá, foi adiada para a programação do arraial devido à chuva. Lá, nós teríamos todos os ciclos do Aedes para as pessoas visualizarem, do ovo até o mosquito adulto, e as principais formas de eles serem encontrados no lixo, como pneus e latas, além de uma ação infantil. Infelizmente não foi possível fazer essa demonstração agora, mas a gente pede que a população confira esse trabalho durante o próximo evento, para que ela possa identificar sozinha as etapas de vida do mosquito”, declarou Daniela Souza, coordenadora geral de Vigilância em Saúde.
Segundo Daniela, o foco da ação é exatamente fazer com que a população entenda e desenvolva o seu papel no combate às doenças causadas pelo mosquito. Para isso, as equipes também procuraram levar informações para os moradores. “Também foram entregues panfletos para a população, o que para a gente é de total importância, já que a gente precisa mesmo envolver a população nessa luta, conscientizar as pessoas para que elas mesmas façam o combate dentro de casa”, disse.
A coordenadora ressaltou que 80% dos casos dos criadouros estão dentro das residências das pessoas e que, se a população se conscientizar, será possível manter os números baixos no Estado. “As pessoas têm que tirar dez minutos para cuidar da sua casa, principalmente no período do inverno aqui em Roraima”, comentou.
EM BOA VISTA – O superintendente de Vigilância em Saúde do município, Emerson Capistrano, também relatou que o principal objetivo da ação era conscientizar a população e que os trabalhos não devem terminar agora, principalmente após terem alcançado uma redução de mais da metade dos casos de dengue em Boa Vista, em comparação com 2015.
“A ação tem o foco no que diz respeito à limpeza, conservação do seu quintal limpo e eliminação dos criadouros para evitar a proliferação, o que não quer dizer que o trabalho deixará de ser executado. Os agentes comunitários de endemias continuaram na mesma rotina, atuando na mesma forma, conversando com a população e trabalhando junto com as famílias”, relatou. “Hoje nós já temos a redução de quase 70% dos casos confirmados de dengue no município em relação ao ano passado. Nós estamos trabalhando no sentido de manter esse número e temos bons índices, mas para manter isso, só com a população colaborando”, informou Capistrano.
Sobre aqueles espaços que não têm o cuidado apropriado, onde os moradores tenham o conhecimento de terrenos baldios ou abandonados, que estejam com acúmulo de lixo e mato alto, o conselho é que a população acione a Prefeitura, através do número 156. “A gente orienta que as pessoas façam a denúncia e tenham atenção aos detalhes, descrever bem o problema e endereço correto para que a gente possa encaminhar a equipe para fazer o trabalho certo”, disse o superintendente.
De acordo com a 1ª Brigada de Infantaria de Selva, que atuou durante a operação com 1.500 militares, foram visitados 24.925 imóveis e encontrados 1.299 focos em Boa Vista. (P.C.)