Cotidiano

Na Capital, 25 veículos são removidos por mês por estacionarem em calçadas

Uma campanha educativa e repressiva está sendo elaborada pela Prefeitura de Boa Vista contra o uso irregular de calçadas como estacionamento

Uma prática que tem se tornado comum em Boa Vista pode estar com os dias contados. O estacionamento de veículos em calçadas, tanto carros como motocicletas, que tiram a possibilidade de pedestres circularem normalmente, será alvo de campanha educativa e depois repressiva por parte da Prefeitura Municipal de Boa Vista.
Embora não tenha informado uma data, o secretário de Segurança Urbana e Trânsito, Gerson Moreno, afirmou que a campanha já está em fase de confecção de material didático, que serão distribuídos nas ruas e nas empresas através de campanhas educativas. Depois, haverá a parte repressiva, com multas e apreensão de veículos. “Vamos primeiro informar e educar os motoristas quanto ao uso de estacionamento, como também aos donos de empresas, que eles têm que retirar os veículos das calçadas e se conscientizar que calçada é lugar de pedestres, e não de veículos”, frisou.        Moreno informou que a Prefeitura tem tomado medidas de fiscalização e multados os infratores. Ele informou que estacionar em calçadas é a terceira maior incidência de multas, perdendo apenas para falta de uso de cinto de segurança e uso de telefone celular ao dirigir. A média de remoção é de 25 por mês. “As multas estão sendo tanto para calçadas de particulares quanto de empresas, especialmente as que vendem veículos que utilizam a calçada como mostruário. Também multamos quem estaciona em canteiros centrais”, frisou.
Também é ilegal até mesmo o ato das empresas que dividem a calçada em estacionamento e colocam barras de proteção, deixando um espaço para o pedestre. “Isso está se tornando comum: rebaixar as calçadas para servir de estacionamento e deixam um espaço bem pequeno para o pedestre. Isso tem que obedecer ao Código de Postura do Município, dependendo de cada via, que apresenta calçadas maiores e outras, menores. Mas tem que deixar um espaço adequado para a passagem do pedestre”, frisou.
PENALIDADE – Esse tipo de infração é considerado grave pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A penalidade é uma multa no valor de R$ 127,69, além de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O veículo será removido para o depósito e o condutor só poderá retirá-lo após pagar a taxa de estadia e o serviço de remoção do guincho.
“Se for constatado que o veículo aprendido está com documentação atrasada, como IPVA, além de uma ou outra multa, só será liberado depois que quitar as dívidas e tiver com o veículo legal”, frisou o secretário. A remoção do guincho custa R$ 80,00 e cada diária é em torno de R$ 18,00. Isso somado à multa, chega ao valor aproximado de R$ 225,00.
“Sem contar que se for reincidente nessa infração por quatro vezes, o acúmulo de pontos fará o condutor perder a Carteira de Habilitação. Então, é bom o motorista entender que calçada não é local de estacionamento”, frisou Moreno ao ressaltar que nem o dono da calçada não pode estacionar seu carro impedindo a passagem de pedestres. “Ele pode até ter feito a calçada, mas é um passeio público, e se estacionar seu carro ou deixá-lo na entrada da garagem, de modo a atrapalhar a circulação de pedestres, estará cometendo uma irregularidade e será multado”. (R.R)
Pedestres protestam contra disputa por espaço com carros em calçadas
A Folha percorreu parte da Via das Flores, no bairro Pricumã, zona Oeste, e da avenida Capitão Júlio Bezerra, zona Leste, onde o comércio é mais forte. Nessas áreas, é mais visível a competição por espaço entre pedestres e carros que ficam estacionados nas calçadas. Alguns estabelecimentos comerciais rebaixam o meio-fio para construir acessos para os clientes, mas deixam aproximadamente um metro entre a vaga e a loja.
O auxiliar de produção Paulo Roberto Romário, 34 anos, reclamou do pouco espaço que há para circular nas calçadas. “Às vezes quero passar na calçada e sou obrigado a passar no meio da pista, correndo o risco de ser atropelado por causa dos carros que ficam na calçada”, reclamou.
A servidora pública Sílvia Cristina também não concorda com quem ocupa as calçadas.  “Eles acham que estão certos. Por várias vezes tive que sair da calçada para ir para a rua porque os carros estavam ocupando toda a calçada. A qualquer momento pode ocorrer um acidente e as autoridades não fazem nada. Deveriam tomar providências”, disse
Deivinson Marcelo, que trabalha em loja de transporte, disse que se sentiu desvalorizado como pedestre nas muitas vezes que já teve que sair da calçada por estar ocupada por carros. “Onde passamos sempre há um carro estacionado. Isso é muito ruim e fica difícil, principalmente quando se está carregando alguma coisa”, disse.
A estagiária Vera Lúcia também não concorda com os espaços tomados pelos carros e cobra providências. “Não acho justo carros tomarem nossos espaços nas calçadas. As autoridades deveriam tomar uma providência” disse. (RR)