A Nasa divulgou neste sábado (2) várias imagens de satélite que mostram uma densa camada de fumaça sobre Roraima. Segundo a agência do governo dos Estados Unidos, a fumaça acinzentada no mapa é resultado das queimadas que atingem o estado desde o início deste ano.
As imagens, feitas pela Nasa ao longo do mês de fevereiro revelam que os incêndios provocados têm origem em queimadas provocadas pelo homem.
“Os cientistas de detecção remota têm observado incêndios nesta região norte da Amazónia desde que as observações por satélite estiveram disponíveis, especialmente durante os meses mais secos, de outubro a março. A maioria são incêndios de manejo, acesos para fins como queima de pastagens e áreas agrícolas ou desmatamento de florestas tropicais”, diz a Nasa em comunicado.
“A maioria dos incêndios de manejo que você pode encontrar nesta área durante um ano normal cobririam apenas alguns quilômetros quadrados, mas estamos vendo incêndios este ano que começaram em pastagens ou florestas tropicais recentemente desmatadas e depois se espalharam pelas áreas circundantes da floresta tropical que estão queimando centenas de pessoas. de quilômetros quadrados”, disse Shane Coffield, pós-doutorado no Goddard Space Flight Center da NASA. “Estes são enormes incêndios florestais – e são devastadores para os ecossistemas e para a qualidade do ar.”
O estado de Roraima registrou em fevereiro deste ano 2.057 focos de queimadas, segundo dados do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número corresponde a 45% de todos os focos detectados no país no mês passado (4.568).
Desde o início do ano, são 2.661 focos de queimadas detectados em Roraima. O número é maior do que todos os focos registrados em 2023 no estado: 2.659. Em fevereiro do ano passado, foram registrados 168 focos em Roraima.
O governo do estado decretou situação de emergência em nove municípios de Roraima devido aos efeitos da estiagem na região: Amajari, Alto Alegre, Cantá, Caracaraí, Iracema, Mucajaí, Pacaraima, Normandia e Uiramutã.
O estado passa por um período de forte estiagem, agravado pela influência do fenômeno do El Niño. O Rio Branco, o principal do estado, atingiu o nível de – 0,13 metro, segundo a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer).
A produção de água potável nos poços artesianos do estado foi reduzida em 20%, o que, segundo a Caer, acaba ocasionando baixa pressão na rede de distribuição de água dos bairros mais afastados. O governo do estado instalou pontos de coleta de água potável gratuita nas sedes dos municípios e também disponibiliza abastecimento na matriz da Caer.