Hoje, o estado de Roraima completa 27 anos, integrado em 5 de outubro de 1988 aos demais estados da federação, é considerado novo, com um potencial para a produção da agricultura, pecuária e matéria-prima que pode ser utilizada no setor industrial. A Folha foi às ruas e conversou com a população para que pudesse expor suas opiniões.
A energia elétrica é um dos temas com maior número de reclamação. “Por que nos últimos meses tivemos tantos blecautes? As quedas de energia são constantes e isso afeta a nossa rotina. Imagine o quanto se perde nas empresas que precisam de energia para produzir. Honestamente, se não tivermos uma energia de qualidade, não conseguiremos crescer”, disse a autônoma Gilvânia Madureira.
O militar do exército José Lingerson chegou a Boa Vista há dois anos e vê Roraima como um estado promissor, para onde pessoas de outras regiões do País estão vindo em busca de oportunidades. No entanto, salientou que a energia elétrica instável põe em risco o desenvolvimento. “Nós temos uma instabilidade energética e não sabemos o quanto isso pode piorar no dia em que a Venezuela resolver parar o fornecimento ao Estado. Isso é um risco que corremos”, reforçou.
Outros acreditam que o governo deve se preocupar com estradas para escoamento da produção. “Temos que ter boas estradas, tanto para escoar nossa produção, quanto para receber o que os outros estados produzem. Vejo que pagamos muito caro no supermercado porque o produto chega a Roraima superfaturado, envolvido de impostos que vão se somando a fretes, aos dias que demora o transporte das mercadorias, por isso aposto que o crescimento vem das estradas”, pontuou o agricultor Frederico Possan.
Quem vive há muitos anos em Roraima, acredita que um parque industrial seria importante para o desenvolvimento do Estado. “Precisamos de indústrias. Aqui não tem nada. As pessoas vivem apenas de contracheque, do funcionalismo público municipal, estadual e federal, e se não tem produção industrial, não podemos ver melhorias”, disse o jardineiro Janes Maia.
Para a funcionária pública Dorilene Lima, faltam políticas públicas de qualidade para atender à demanda populacional. “Para crescer, precisamos de uma política de qualidade, principalmente nas áreas de educação, saúde e infraestrutura”, apontou.
Algumas pessoas sustentam que uma reforma política, comprometida com o bem-estar da população é o princípio para o desenvolvimento. “Que não seja em benefício próprio. O que de fato precisamos é de políticos e políticas sérias. Ainda temos um estado voltado para uma política partidária sem interesse no coletivo, o que não pode acontecer. Isso faz com que o Estado não desenvolva. É um estado novo, com um futuro brilhante, por isso precisamos apostar numa política reformulada”, acrescentou o professor Ivan Santos. (J.B)