NO BRASIL

Uiramutã é escolhido para iniciar ODS

Comitiva de Brasília chega ao município e escuta demandas dos povos indígenas; “Lula quer que a Amazônia fale para o mundo”

Uiramutã é escolhido para iniciar ODS

Município com a população mais indígena do País, Uiramutã, no extremo Norte de Roraima, foi escolhido para se colocar em prática 17 metas globais, defendidas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

A proposta visa melhorar a qualidade de vida das pessoas, proteger o planeta e garantir a prosperidade para todos até 2030.

Para implantar os ODS em todo País, o governo federal inicialmente está escutando as demandas regionais para depois elaborar uma carta que será apresentada em novembro deste ano durante a 30ª Conferência das Partes (COP30), que será realizada em Belém do Pará.

Roraima sediou esta semana o evento de lançamento da ODS, ocorrido na manhã da quarta-feira passada, dia 16, na Assembleia Legislativa, em Boa Vista. A comitiva de Brasília e outras autoridades ligadas às causas sociais, indígenas e ambientais seguiram depois ao município do Uiramutã, onde deram mais detalhes do movimento nacional e sua importância, principalmente, aos povos originários.
O secretário Lavito Person Motta Bacarissa, da Secretaria-Executiva da Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (CNODS), reuniu-se na manhã desta quinta-feira, dia 17, na Câmara de Vereadores do Uiramutã, com o prefeito Tuxaua Benísio (Rede), secretários municipais, vereadores e representantes do governo do Estado

“Nossa visita é institucional. A reunião de hoje serviu para que a prefeitura do Uiramutã também faça este pacto de desenvolvimento proposto pelos ODS. Vamos primeiro ouvir a demanda dos povos originários daqui e depois levar tudo a Brasília. É determinação do presidente Lula que a Amazônia fale para o mundo, por isso estamos aqui para fazer ecoar a voz dos povos indígenas”, explicou Lavito.

Representando a ministra Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, o diretor do Departamento de Política Indigenista da Secretaria Nacional de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas (SEART), Uilton Tuxá fez parte da comitiva de Brasília. Ele também conversou com políticos e lideranças indígenas do Uiramutã.
Da Câmara dos Vereadores, membros da comitiva, o prefeito Benísio, secretários municipais e vereadores foram à comunidade indígena Monte Moriá I, a aproximadamente 11 quilômetros da sede do município, onde também se reuniram no malocão da comunidade com tuxauas e lideranças indígenas.

As autoridades foram recepcionadas por crianças e adolescentes indígenas. Todos entraram no malocão da comunidade, dançando musicais tradicionais. Depois, um professor indígena cantou os hinos: Nacional, de Roraima e do Uiramutã em língua Macuxi. O tuxaua da comunidade Monte Moriá I, Antônio Samuel, em seguida deu boas-vindas e disse que era uma satisfação receber a todos.

Reafirmar compromissos
O secretário Lavito Bacarissa reiterou o que já havia falado. Disse que estava na reunião com o objetivo de ouvir a comunidade para levar a demanda até Brasília. “Estamos aqui para reafirmar nosso compromisso com os povos originários. Os ODS são importantes porque vão contribuir para um mundo mais sustentável”, observou.

Após uma pausa para o almoço, a reunião continuou pela parte da tarde. Tuxauas e lideranças indígenas de várias comunidades do Uiramutã se apresentaram e falaram de suas principais demandas. Atento, Lavito anotou tudo e garantiu que as reivindicações vão chegar a Brasília o quanto antes, onde serão tomadas, segundo ele, as devidas providências.

O tuxaua Antônio Samuel, novamente discursando, lembrou que naquela ocasião, sua comunidade também estava comemorando os 20 anos de homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol, um marco histórico para os povos originários do Uiramutã.
A comunidade indígena Monte Moriá I conta atualmente com 490 moradores; destes, 85 são pais de família, todos da etnia Macuxi. Eles se autossustentam com plantações de mandioca, feijão, milho, inhame (cará), melancia, abacaxi e outras frutas. A comunidade também cria aves, porcos e gado.

“É muito importante a vista da comitiva de Brasília aqui em nossa comunidade. Eles estão vendo realmente como vivemos, de acordo com nossa cultura e tradições. Vejo os ODS e digo que já colocamos tudo isso em prática há muito tempo, pois sempre tratamos a mãe-terra com respeito porque precisamos dela para sobreviver”, observou o tuxaua Antônio.O prefeito do Uiramutã, Tuxaua Benísio, disse em entrevista que aderiu aos ODS para buscar mais desenvolvimento às comunidades indígenas do município, com atenção especial ao público jovem. “Avançamos na Educação, Saúde, Infraestrutura, na bovinocultura e agricultura familiar. E nossa meta é trabalhar para continuar desenvolvendo Uiramutã, por isso é importante este pacto com os ODS”, avaliou.

O que são os ODS?


Essa iniciativa ambiciosa, lançada em 2015, busca abordar alguns dos desafios mais prementes do mundo, desde a erradicação da pobreza até a proteção do meio ambiente. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são um conjunto de 17 metas globais adotadas por todos os Estados Membros das Nações Unidas em 2015. Esses objetivos visam melhorar a qualidade de vida das pessoas, proteger o planeta e garantir a prosperidade para todos até 2030.

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