Cotidiano

No período chuvoso, moradores enfrentam ruas intrafegáveis

A situação é a mesma dos moradores de outros bairros: lama no inverno e poeira no verão

Moradores do bairro Jardim Tropical, zona Oeste de Boa Vista, denunciam a falta de infraestrutura nas ruas do bairro. Segundo relatos, durante o período de chuvas, as poças de água e lama dificultam o tráfego para quem entra ou sai de casa. Em certa altura da rua 3, é impossível a passagem de qualquer automóvel por conta da lama densa, que pode prender carros e motos que tentam atravessar.

De acordo com a funcionária pública Cássia do Nascimento, as ruas estão na mesma situação desde que se mudou para o bairro com o marido e o filho pequeno, há sete meses. A moradora disse que quando tenta chegar à avenida principal por outras ruas é até pior. “Quando chove é intrafegável. Se tentamos pegar outra rua pelo Senador Hélio Campos, chega a ser pior”, disse.

O pescador Raimundo Teixeira é morador da rua 1 há cerca de sete anos, tendo sido o terceiro a se mudar. De acordo com relato, no começo do bairro quase não havia tráfego de automóveis, mas agora que o movimento aumentou os buracos são formados pela falta de asfalto e pelas chuvas. O morador já tirou fotos e encaminhou aos órgãos públicos da cidade, mas nada é feito.

“Fizeram um esgoto, mas não tem nada jogado dentro porque não foi liberado. Cada dia piora mais nossa situação. Outro dia atolou um caminhão aqui, às vezes as pessoas têm que passar por cima da nossa calçada para cruzar a rua. Queríamos fazer um apelo à prefeitura para fazer pelo menos um aterro, enquanto não asfaltam, porque ficamos ilhados aqui quando chove demais. As pessoas que têm comércio aqui são prejudicadas porque os clientes temem parar com essa situação”, relatou.

Além das ruas prejudicadas, os moradores também relatam os perigos que sofrem por conta do mato em terrenos abandonados. De acordo com o pescador Raimundo Teixeira, por vezes cobras saem desses locais, colocando os moradores e principalmente crianças em perigo.

Moradora há seis anos da rua 3, a atendente de caixa Michele Nascimento, disse que a rua sempre foi assim. “Hoje tá bonito, outros dias fica impossível passar, ali no final do quarteirão já está intrafegável”, frisou. A atendente, que também é mãe de gêmeos, disse que a família só tem uma moto e, quando o marido está em casa, dá para levar as crianças com ele, mas quando ele está no trabalho tem que ser andando, passando por dentro das poças.

“Eles já estão cheios de feridas causadas por coceira em razão da lama e dos mosquitos que se criam por causa dos matos. Nunca ninguém veio aqui, vocês são os primeiros a virem, talvez nessa época de eleição eles venham aparecer, enquanto isso ficamos sofrendo aqui porque não tem pra quem apelar. Quase toda casa tem crianças, aí é menino com diarreia, dengue e tudo que pode ser causado. Espero que nosso apelo chegue nas pessoas que podem nos ajudar”, disse.

OUTRO LADO – Em nota, a Prefeitura de Boa Vista informou que o asfalto é de responsabilidade de quem construiu o loteamento, que foi autorizado na gestão anterior e que hoje a Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur) não autoriza novos loteamentos sem a infraestrutura mínima de asfalto e drenagem. “Fica a cargo do responsável pelo loteamento a execução dessas benfeitorias”, esclareceu.

Conforme nota, com relação à limpeza, a Secretaria Municipal de Gestão Ambiental vai enviar uma equipe para verificar a situação do local, para que seja programada a limpeza, mas esclareceu que se o local for Área de Preservação Permanente (APP), “a legislação é bem clara e não permite que a prefeitura faça nenhum tipo de atividade dentro da APP e o que pode ser feito é a limpeza ao redor da área”.

A prefeitura reforçou que o cronograma de limpeza é ajustado todo mês após vistorias nos bairros, determinando as prioridades. “O último mutirão no bairro Jardim Tropical ocorreu em abril deste ano. A próxima limpeza está prevista para a primeira quinzena de agosto, ou seja, três meses após a última limpeza”, finalizou. (A.G.G)

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