FABRÍCIO ARAÚJO
Nos primeiros cinco dias de março, já foram registradas 50 ocorrências de incêndios em vegetação pelo Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR). O número chama atenção, mas durante os dois primeiros meses de 2019 foram 234 casos do mesmo tipo. O problema é causado por falta de chuvas, que praticamente não ocorreram de fevereiro até março, e também pela perda de controle do fogo provocado por produtores.
De acordo com o coronel Cleudiomar, durante o carnaval foram atendidas 43 ocorrências em áreas rurais. Segundo ele, não se trata de incêndios propriamente ditos, mas casos de queimadas que se alastraram para áreas de pastagem e acabaram atingindo produtores de Apiaú, em Mucajaí, e Campos Novos, em Iracema.
“Nós estamos alertando sobre isto constantemente, mas as pessoas continuam queimando e perdem o controle das suas derrubadas, e assim provocam prejuízos para si mesmos e para os vizinhos. Há registro de queima com perda de bananas”, destacou.
No Boletim Climático Diário de 5 de março, tem-se a informação de que até o dia 4 foram registrados 1.321 focos de calor, um “número superior para a normalidade do período”. Em março de 2018, foram 727 focos e no início do mesmo mês em 2019, 309.
Os focos estão concentrados em Caracaraí (79), Iracema (74) e Mucajaí (42), ou seja, a região Leste de Roraima. Dos 309 focos de calor, 137 foram registrados entre os dias 4 e 5 de março.
“No boletim também é possível verificar que praticamente não choveu em fevereiro até março, considerando a estação climatológica de Boa Vista. Acaba sendo a realidade de quase todo o Estado, com exceção de áreas do Sul”, comentou o coronel.
Ainda conforme o coronel Cleudiomar, a influência do fenômeno El Niño pode atrasar as primeiras chuvas que deveriam cair na segunda quinzena de abril, o que pode agravar os incêndios florestais e ainda fazer a população do Estado sofrer com estiagem.
O nível do Rio Branco já baixou nas estações de Boa Vista e Caracaraí. Na capital, era 0,21 m em 23 de fevereiro e no dia 25 já estava em 0,14. Já em Caracaraí, o nível correspondia a 0,73 m em 23 do mês passado e 0,69 m no dia 25.
De acordo com o boletim, o nível observado ainda está dentro da média em comparação com anos anteriores, no mesmo período, em que o Estado sofreu com estiagem.