Cotidiano

Novas feiras livres estão em fase experimental

A feira livre continua sendo um importante impulso econômico para Boa Vista. Feiras como do Garimpeiro, que ocorre todo domingo na Avenida Ataíde Teive; do Produtor, que funciona todos os dias na Avenida Glaycon de Paiva, e a do Pintolândia/Sílvio Botelho, aos sábados, destacam isso.

Entretanto, à medida que a cidade cresce, a demanda por esses comércios também aumenta. Segundo o diretor de Departamento de Abastecimento e Comercialização da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Alcemir Oliveira, duas feiras livres estão em fase experimental na cidade, por demanda popular. A primeira é a do bairro Cidade Satélite próxima ao residencial Vila Jardim; e a segunda no Conjunto Cidadão, em área hoje denominada pela prefeitura como bairro Laura Moreira.

 

“Tivemos muitas demandas por parte de moradores do residencial Vila Jardim, que conta com 13 mil pessoas, e a maior parte não consegue se deslocar para grandes centros comerciais. Por isso, vem ocorrendo há um ano e meio, toda quarta-feira, uma feira de livre comércio na região, com muito sucesso e a instalação de mais de 100 tendas”, explicou.

 

A equipe de reportagem esteve na feira livre do Conjunto Cidadão, em parte não asfaltada na Avenida Major Ecildo Pinto. No local, que começou com 30 tendas, hoje com menos de um mês em funcionamento, já são 40. A circulação de moradores do bairro é constante e feirantes como Pedro Costa reconhecem o potencial econômico do local.

 

“A feira ainda tá começando e a população já aprova. Não tem supermercado ou nenhum comércio muito grande aqui por perto, então vejo que a feira é muito bem-vinda. O comércio ainda é pequeno, mas vejo que tá todo mundo interessado em ver isso expandir”, argumentou Pedro.

 

O presidente da Associação de Moradores do Conjunto Cidadão, Antônio Oliveira, contou que a ideia de fazer uma feira de livre vem da falta de comércios acessíveis que possam suprir as demandas dos populares, que se veem obrigados a se deslocar por grandes distâncias para comprar alimentos necessários.

 

“Eu vinha querendo que um comércio livre desse tipo fosse feito há mais de dois anos. Só quando recorremos ao governo que conseguimos abrir esse aqui. Comércio como um todo é muito bom, e tem um pouco de tudo. Além de alimentos, vendemos condimentos, caldo de cana e até mesmo roupas e materiais de higiene pessoal”, explicou.

 

Antônio destacou que escolheu colocar a feira em parte não asfaltada como uma forma de crítica à prefeitura, e frisou que deseja que haja um apoio por parte da mesma, afirmando que seria benéfico para todos.

 

“Nós optamos por fixar a feira justamente na parte não asfaltada da avenida, como uma forma de fazer um apelo à prefeitura, e dizer que nos ajude no desenvolvimento econômico do bairro”, destacou. (P.B)

PASSARÃO

Feira deixa de ser ‘livre’ devido à violência

 

A Feira do Passarão, no bairro Caimbé, era considerada uma feira livre antes do início das obras de reforma, que ainda não possui previsão de término. Entretanto, de acordo com o diretor de Departamento de Abastecimento e Comercialização da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Alcemir Oliveira, a mudança precisou ocorrer devido ao aumento da violência e prostituição na região, o que provocou a demanda dos comerciantes por maior segurança.

 

“Com a reforma que está ocorrendo, e toda a estrutura que vem sendo recebida, queremos garantir a segurança dos comerciantes. Ela está sendo, neste momento, estruturada de forma que os comércios fiquem fixos, com todo o uso de recursos que garantam a segurança dos feirantes”, contou.

 

Alcemir destacou que essa reforma já vinha sendo pedida por comerciantes do local há meses, e que situações como encontrar estruturas quebradas ou até mesmo corpos jogados pela região incentivaram a determinação de uma mudança na feira.

 

“Após a reforma, a feira estará toda rodeada por um muro, com estruturas sendo ofertadas para cada comerciante. A partir das 18 horas, todos terão que começar a se retirar do local e, às 20h, tudo estará fechado e sendo monitorado. Pessoas vinham quebrando tudo e praticando crimes violentos durante a madrugada, e precisamos mudar esse cenário”, frisou o diretor.

 

PREFEITURA – Sobre as problemáticas de asfaltamento do trecho da Avenida Major Ecildo Pinto, nenhum retorno foi obtido da Prefeitura de Boa Vista. A Folha também solicitou informações sobre as feiras livres ligadas à esfera municipal, como a do Pintolândia/Sílvio Leite, e do Garimpeiro, mas da mesma forma, nenhum retorno foi obtido. (P.B)