Cotidiano

Número de assaltos dobra na Capital e as principais vítimas são os pedestres

Este ano já foram 1.640 ataques dos assaltantes, conforme estatística da Secretaria de Segurança, que aponta aumento de 53% no número de casos

O número de assaltos na Capital aumentou 53%, comparandos os oito primeiros meses de 2013 e 2014. Neste período, foram registrados 1.070 roubos no ano passado. Este ano, os ataques saltaram para 1.640. A estatística da Segurança Pública (Sesp) também aponta que o alvo principal dos assaltantes é o pedestre, seguido pelo motociclista.
Este ano, até agosto passado, já foram registrados 716 ataques a transeuntes. O roubo de carro já chega a 154 casos este ano, seguido pelo roubo a comércios. Foram 48 ataques principalmente em bairros da zona Oeste da Cidade. Os roubos em 2013 somam 2.115 casos. Este ano, os números da Sesp já apontam 1.640 assaltos e furtos até o mês passado.
Em 2013, ainda conforme o mapa do assalto em Boa Vista, o mês de maio foi o mais violento, com 155 casos. Este ano, por enquanto, março lidera os ataques nas ruas, lojas e casas na Capital, com 266 assaltos registrados.
Se por um lado, o ataque ao cidadão com emprego de arma aumentou em Boa Vista, os números de furtos sem a violência física diminuíram, também comparados os oito primeiros meses de 2013 e 2014. Foram 9.587 casos no ano passado contra 3.870 este ano, com queda de 59%. (AJ)
Lojistas faturam com venda de cercas elétricas e câmeras
Na tentativa de não entrar nas estatísticas de arrombamentos e roubos da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), famílias e empresários optam pelo investimento em segurança eletrônica, com a instalação de cerca elétrica, circuito fechado e monitoramento de câmera 24 horas.
A alta no setor, segundo empresários do ramo, deve-se principalmente à insegurança pública, o que fez disparar a procura pelos equipamentos. Mas o investimento de proteção patrimonial não é para qualquer um e pode ultrapassar os R$ 5 mil, com taxa de manutenção mensal de até R$150,00.
A procura por cerca elétrica só aumenta na Capital. Para alcançar um maior número possível de clientes, as empresas especializadas propõem custos mais reduzidos com a oferta de pacotes promocionais. O metro da cerca elétrica, por exemplo, varia de acordo com o modelo e o tamanho, podendo variar de R$20,00 a R$25,00 o metro instalado.
As câmeras são vendidas separadamente e o empresário pode monitorar seu estabelecimento 24 horas, em tempo real, até por celular. Mas a segurança tem um preço elevado. A câmera pode chegar a R$1 mil cada e, dependendo da definição da imagem e da gravação, o preço pode subir. Tem dispositivo que pode ser instalado em computador que grava a partir de movimentos, disparando automaticamente a câmera. (AJ)
Empresários contratam policiais de folga
Para escapar da onda de violência, empresários contratam policiais civis ou militares para tirar serviço de segurança nos dias de folga. “Ele pode estar armado porque é policial e tem preparação para lidar com situações de risco. Isso é mais seguro para mim e para os meus clientes”, justificou um empresário, dona de uma loja de equipamentos eletrônicos no bairro Asa Branca, zona Oeste.
O empresário justificou a ilegal contratação depois de sofrer outro assalto este ano. “A gente paga imposto, carga tributária, emprega e ainda tem que lidar com a concorrência no mercado, que está cada vez mais competitivo. Aí chega, no final do dia, um ladrão e rouba todo o apurado do dia. Não tem como sobreviver desse jeito, por isso muitos fecham as portas”, lamentou.
O policial civil ou militar que tira serviço na loja como segurança justificou que o dinheiro do ‘bico’ complementa a renda mensal. “Só o fato de o bandido saber ou perceber que a loja tem segurança, isso o inibe a entrar e roubar. Se o Estado não dá segurança, o setor privado tem que contratar”, disse. (AJ)