Cotidiano

Número de atendimentos é 60% maior do que três anos atrás

Desde que a crise migratória se instalou em Roraima, o aumento da demanda de atendimento tem impactando diretamente os serviços de saúde em Boa Vista. Entre janeiro e junho deste ano (primeiro semestre) já foram feitos 62.962 atendimentos gerais no Hospital da Criança, tanto para brasileiros como estrangeiros. 

O número de atendimentos vem crescendo muito nos primeiros semestres de cada ano, quando Roraima está nos meses de chuvas. O período sazonal é uma época em que aumentam os casos de doenças respiratórias. A procura pelos serviços de saúde cresce em média 30%. 

O total de atendimentos no primeiro semestre deste ano é o equivalente a mais da metade do número de atendimentos feitos em 2015 inteiro, antes da crise migratória. 

De acordo com a diretora-geral do hospital, Dra. Mareny Damasceno, o trabalho na unidade de saúde é constante. “Já estamos quase ultrapassando o número de atendimentos gerais no ano de 2015 em apenas seis meses. Nós temos trabalhado para garantir que todos sejam atendidos mesmo em meio às dificuldades, com a saída de 10 médicos, e as obras na unidade”, destaca. 

Hospital perdeu 10 médicos que assumiram outros cargos

Nos últimos meses, cerca de 10 profissionais, dentre eles do programa Mais Médicos, solicitaram o desligamento do HCSA para assumirem vagas em outras localidades. Esse imprevisto impactou a rotina de serviços em Boa Vista ocasionando a redução da escala de médicos, que não tem sido suficiente para atender à demanda prevista para o período sazonal, intensificada por conta da crise migratória. 

Seletivo vai destinar médicos para o Hospital da Criança

Para atender ao aumento da demanda a prefeitura lançou o processo seletivo para contratação de novos médicos. Foram disponibilizadas 143 vagas para médicos, entre clínicos gerais, especialistas e outros para a rede municipal de saúde. A previsão é de que os profissionais sejam contratados até o final de julho. 

Mesmo assim, de acordo com o secretário municipal de Saúde, Cláudio Galvão, o número de profissionais inscritos não atinge a meta de vagas disponíveis. Infelizmente em Roraima sofremos com o problema da falta de profissionais em algumas especialidades médicas ou profissionais que estejam interessados no serviço público. Nosso foco agora é garantir que a escala de médicos do HCSA seja fortalecida”, destaca.

De 2013 até o momento, a prefeitura já fez um processo seletivo e um concurso público para contratação de médicos para o HCSA, que já empossou 1.145 profissionais, além do seletivo atual em curso que pretende contratar mais 143 para entender à demanda urgente da rede municipal de saúde (hospital e postos). Um novo concurso para a saúde já está sendo planejado. 

Grande parte dos pacientes poderia ser atendida em postos de saúde

De acordo com a direção do HCSA, a maior parte dos pacientes que busca atendimento na emergência do hospital é de classificação azul e verde, ou seja, não necessita de atendimento urgente e imediato e poderia ser atendido nas unidades básicas. 

“Nesse momento é muito importante informar aos pais e responsáveis para que eles procurem o atendimento ideal e evitem que essas crianças tenham de esperar por mais tempo. As unidades básicas de saúde estão preparadas para o atendimento e identificar se é necessário encaminhar para uma consulta no hospital, para um exame ou mesmo uma internação”, explica Mareny. 

O serviço de urgência e emergência como o Hospital da Criança Santo Antônio, no caso de crianças, e unidades hospitalares para adultos, como o HGR, devem ser procurados em casos mais graves como pessoas acidentadas, infarto, vítima de tiro por armas de fogo ou armas brancas, quedas, febre acima de 38º, fraturas e outros, que têm prioridade no atendimento.