Cotidiano

Número de celulares ativos em RR é maior que o de habitantes

Consumidores dizem que têm mais de uma linha para aproveitar as diferentes vantagens das operadoras

De acordo com dados da Anatel (Agencia Nacional de Telecomunicações), o Estado de Roraima tem 508.407 linhas ativas na telefonia móvel. Isso mostra que existem mais de uma linha telefônica para cada roraimense, pois de acordo com o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem pouco mais de 496 mil habitantes no Estado.
O funcionário público Hederson Silva acredita que as pessoas optam por várias operadoras para “aproveitar as vantagens de cada uma”. “Isso permite que possamos usar pacotes de voz com as pessoas de diferentes operadoras. Minha família usa uma operadora, meus amigos usam outra, assim fica mais viável”, disse.
Outra vantagem apontada pelo funcionário é para os empresários. “Existem muitos empresário que precisam ter linhas de todas as operadoras para falar com os clientes. Outros têm a linha de uma operadora para firma e uma outra como número pessoal”, observou.
A fisioterapeuta Layanne Souza disse que ter mais de uma linha telefônica  ajuda no desempenho para acesso a serviços como a internet. “Eu tenho um chip de uma operadora que eu uso só para internet. Ela é bem mais rápida que as duas operadores mais usadas aqui em Boa Vista”, frisou. 
“Meu outro chip, de outra operadora, uso para fazer e receber ligações. A gente se cadastra e ganha bônus. Quase todas as pessoas que eu conheço são dessa outra operadora, então fica muito mais barato falar com minha mãe, minhas irmãs e meus amigos, pois com uma tarifa única eu consigo falar com todos”, relatou a fisioterapeuta.
Outro fator apontado por Layanne Souza são as tarifas para ligações de longa distância. “Minha família toda é do Ceará e nós também temos uma linha só para ligações de longa distância. Fica mais barato e muito mais fácil manter contato com todos”, afirmou.
Celulares facilitam a vida das pessoas e se tornaram ferramenta de cidadania
Presente na vida da maioria das pessoas, o celular não é mais somente um objeto de comunicação, com o qual fazemos apenas telefonemas ou mandamos SMS (mensagens de texto também conhecidas como torpedo). Se pararmos para observar as pessoas em lugares públicos, é possível notar o grande número de celulares. Algumas pessoas têm dois ou mais aparelhos, que se tornou uma arma do cidadão para denunciar crimes ou registras fatos. 
Com o WhatsApp, aplicativo de mensagens instantâneas, por exemplo, todos ficam sabendo em poucos minutos o que está acontecendo em vários cantos da cidade, desde acidentes de trânsito a atuação de políticos. O gerente de uma empresa de refrigeração, Cleyton Oliveira,  afirmou ter usado o celular para fazer denúncias principalmente em relação à saúde pública do Estado.
“Uma vez eu denunciei a situação da minha mãe que estava no hospital com muitas dores e não tinha sido atendida. A denúncia rodou rápido e, com ajuda dos meios de comunicação, eu consegui com que ela fosse atendida”, lembrou.
Conforme o gerente, a tecnologia de fácil acesso proporcionada por aplicativos como o WhatsApp tornam a comunicação mais rápida e eficiente. Ele frisou que as pessoas passam a ter o “poder da comunicação” com um celular em mãos. “Hoje, se prestarmos bem atenção, conseguimos movimentar informação no mundo inteiro. A prova de tudo isso foram as manifestações pacíficas que aconteceram no Brasil inteiro no ano passado, programadas por redes sociais no próprio celular”, enfatizou.
O microempresário Moisés de Oliveira disse que não vive sem o celular. “Quando eu acho que perdi meu celular, parece que eu estou nu”, brincou. Conforme ele, os smarthphones trouxeram para o alcance das mãos a solução de quase todos os problemas. “Meu celular é minha vida. Todos os meus contatos estão salvos nele, dados de negociações com clientes, até transferência pelo aplicativo do banco e verificação de saldo eu faço. São coisas que me tomariam muito tempo se eu tivesse que fazer pessoalmente, porque eu posso resolver várias coisas ao mesmo tempo sem sair do lugar”.
Vivendo sem celular
Com 32 anos de idade e dois filhos, Carlos Martins disse que nunca se rendeu à tecnologia. “Se eu pegar um celular, acho que ele me morde”, brincou. “Não gosto como as pessoas se entregam a eles. Vejo minha filha passar horas sem levantar a cabeça. Ou, então, falando com uma pessoa sem nem olhar na cara dela, por horas e horas”.
Ele afirmou que o celular “distanciou as pessoas”. “Não acho isso saudável. Você não sente e não sabe se a pessoa está feliz ou triste, não sabe se ela está com raiva. Na minha época, para terminar um namoro, você ia até a casa dela e chamava para uma conversa. Hoje em dia não, com uma mensagem meu filho fez isso. Não concordo”, frisou. (JL)