Os casos de doenças diarreicas agudas em crianças registrados no Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) aumentaram 18%. De acordo com a unidade de saúde, 540 casos foram notificados entre os meses de janeiro e fevereiro de 2015, enquanto que no mesmo período deste ano foram 639 registros.
As crianças atingidas pela doença, que possui quadro infeccioso, geralmente apresentam fezes líquidas, além de vômito, náusea, febre e dor abdominal em alguns casos. E, dependendo da gravidade, pode ocorrer desidratação
De acordo com o Núcleo Hospitalar de Vigilância Epidemiológica do HCSA, a maioria dos casos (55%) ocorre em crianças na faixa etária de 1 a 4 anos, idade em que elas levam as mãos ou objetos sujos ou contaminados à boca. O tratamento adotado nos casos de doença diarreica aguda envolve o Plano A e B (71%), que é utilizado para casos de diarreia sem desidratação e sem indicação de internação.
Segundo o médico-infectologista Afonso Ribeiro, a doença é transmitida por via fecal-oral, por contato pessoa a pessoa, por meio de água e alimentos ou objetos contaminados. “Geralmente as grandes cidades fazem teste na água para avaliar se está boa para consumo. Além disso, algumas crianças pequenas não têm noção do perigo e pegam coisas no chão para colocar na boca”, disse.
O Núcleo de Vigilância Epidemiológica do hospital informou que não há nenhuma confirmação de que os casos têm relação com a qualidade da água. Conforme a unidade, o período de chuva escassa contribui para o aumento da proliferação de moscas, que podem contaminar alimentos. “Portanto, é importante ter cuidado com os alimentos das crianças, incentivá-las a lavar as mãos antes das refeições e hidratar-se com água filtrada e tratada”, recomendou.
O infectologista sugeriu métodos de prevenção simples para evitar a contaminação da doença. “A recomendação é beber somente água mineral, mas nem todos têm condição. O correto mesmo é ferver a água e colocar em um recipiente esterilizado na geladeira para ser ingerida”, frisou.
CAER – A Companhia de Águas e Esgotos (Caer) informou, por meio de nota, que não há registros de atendimento a respeito da qualidade da água no sistema da empresa e esclareceu que o controle de qualidade da água segue o que preconiza a Portaria nº. 2914 do Ministério da Saúde e passa por um rigoroso processo de tratamento.
A companhia esclarece também que a Vigilância Ambiental e a Saúde do Estado e Município monitoram a qualidade da água distribuída pela Caer. “Todas as análises estão dentro dos padrões exigidos, sem alterações. O processo de tratamento passa pela coagulação (adição de sulfato de alumínio), floculação, decantação, filtração, correção de PH, cloração e fluoretação. Após todas essas etapas de tratamento a água é distribuída para a capital”, frisou. (L.G.C)