Cotidiano

Número de inclusões no Serviço de Proteção ao Crédito cai em RR

A queda no número de endividados foi registrada nos seis primeiros meses deste ano no Estado

Mesmo com a crise econômica que afeta o país, o número de roraimenses com débitos pendentes inclusos no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) caiu 43,1% no primeiro semestre de 2016 se comparado ao mesmo período do ano passado. De acordo com dados da Associação Comercial e Indústria de Roraima (Acir), 7.521 consumidores foram incluídos nos primeiros seis meses de 2015, enquanto em 2016 foram 4.277 negativados.

O diretor do Serviço Central de Proteção ao Crédito da Acir, João Pereira Barbosa Júnior, considera que o consumidor está mais cauteloso diante do quadro recessivo. Para ele, com as incertezas na economia e a queda no poder de compra em decorrência das perdas inflacionárias, muitas pessoas estão procurando não se endividar. “Com a queda na venda no comércio em geral, percebemos que a crise tem feito com que muitos tenham mais cuidado na hora de comprar, o que consequentemente evita o endividamento”, considerou.

Apesar da queda no número de devedores inclusos, Barbosa Júnior informou que a quantidade de exclusões de quem possui pendências financeiras foi 11,7 % menor em 2016. De janeiro a junho de 2015 houve 9.487 exclusões. No mesmo período deste ano, foram retirados 8.369 nomes de consumidores que estavam endividados. “Isso é um reflexo da crise econômica. Enquanto o número de inclusões cai, porque as pessoas estão mais receosas quanto ao endividamento, o número de exclusões também reduz, pois os consumidores estão tendo menos recursos para negociar suas dívidas”, analisou o diretor do SCPC.

Quanto às consultas feitas no SCPC este ano, Barbosa Júnior informou que o número também caiu em relação a 2015. No primeiro semestre daquele ano, foram realizadas 17.720 consultas e 16.830 nos primeiros meses de 2016, apresentando uma redução de 5%. As consultas são realizadas mediante apresentação de CPF e Carteira de Identidade na sede da Acir, localizada na avenida comercial Jaime Brasil, Centro da Cidade, de 8 às 17h. Consultas para terceiros somente mediante procuração autenticada em Cartório. “Não fazemos negociação para pagamento. Para isso, o consumidor tem que entrar em contato com a empresa que está devendo”, explicou.

SITUAÇÃO NACIONAL – A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) anunciaram ontem resultado de pesquisa que constata que apenas três em cada dez brasileiros são consumidores conscientes. De acordo com a pesquisa, em uma escala de 1 a 10, os consumidores entrevistados deram nota média 8,9 para a importância do tema consumo consciente.

No entanto, apenas três em cada dez consultados, ou seja, 32% podem ser considerados, de fato, conscientes, o que representa um aumento de 10,2 pontos percentuais em relação a 2015, quando esse índice era de 21,8%. Apesar de ter apresentado melhora, o aumento do indicador foi discreto em relação a 2015, avaliam o SPC Brasil e a CNDL.

“Assim como em 2015, os entrevistados associam mais frequentemente o consumo consciente com atitudes relacionadas apenas a aspectos financeiros, ficando em um segundo plano as esferas ambientais e sociais”, disse a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, por meio de nota.

INDICADOR – O Indicador de Consumo Consciente (ICC), calculado pelo segundo ano seguido, atingiu 72,7%, permanecendo praticamente estável em relação a 2015, quando estava em 69,3%. O ICC pode variar de 0% a 100%: quanto maior o índice, maior é o nível de consumo consciente.

O estudo do SPC Brasil segmentou consumidores em três categorias, de acordo com a intensidade da prática dos comportamentos considerados adequados. Os consumidores conscientes são aqueles que apresentam frequência de atitudes corretas acima de 80%. Os que estão em transição possuem frequência que varia entre 60% e 80% de atitudes adequadas. Já os consumidores nada ou pouco conscientes são aqueles cuja incidência de comportamentos apropriados não atinge 60%.

Para elaborar o indicador, foi realizada uma pesquisa com perguntas para investigar os hábitos, atitudes e comportamentos que fazem parte da rotina de 600 consumidores nas 26 capitais mais o Distrito Federal, com idade a partir de 18 anos. Essas questões permearam as três dimensões que compõem o conceito de consumo consciente, e todas elas obtiveram resultados abaixo do desempenho ideal de 80%. Para práticas ambientais o resultado foi 72,5%, para práticas financeiras 73,8% e para práticas sociais 70,6%. (A.D)

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.