O microempreendedor individual (MEI) foi responsável pelo crescimento dos postos de trabalho nos últimos cinco meses em Roraima e, segundo dados do Portal do Empreendedor, o Estado apresentou um aumento significativo no período de novembro de 2018 a abril de 2019, saltando de 10.800 para 13.500 microempreendedores individuais. Esse aumento de MEIs que se formalizaram corresponde a 13,5% de crescimento.
Entre os principais setores que mais cresceram em Roraima estão os serviços e comércio. O setor de serviços foi o que mais contribuiu para esse crescimento com 39% em relação ao comércio, que ficou pouco atrás com 37%. Nos serviços, os setores que apresentaram maior crescimento foram a de manutenção de refrigeração, mecânica de automóveis, eletricistas, diaristas e pedreiros. Na área de comércio aparece confecção de roupas íntimas, comércio varejista de roupas e acessórios, lanchonetes e restaurantes.
Desse universo o que chama a atenção foi o crescimento de mulheres empreendedoras, que superaram os homens em 52%. As atividades que mais contribuíram foram confecções de roupas íntimas com 88% e o comércio varejista de roupas e acessórios foi de 76%.
A diferença entre MEI, ME e EP, está praticamente no faturamento anual e na contratação de empregados. O microempreendedor individual (MEI) só pode faturar até R$ 81 mil ao ano e ter apenas um contratado. A microempresa (ME) pode faturar de R$ 81 mil a R$ 360 mil e contratar até oito funcionários. Já a empresa de pequeno porte (EPP) pode faturar de R$ 360 mil a 4.8 milhões e contratar até 26 funcionários.
Analista credita aumento a demissões no setor público
O analista de mercado do Sebrae/RR, Jefferson Silva (Foto: Diane Sampaio/FolhaBV)
À Folha, o analista de mercado do Sebrae/RR, Jefferson Silva, informou que os pequenos negócios, proporcionados pelo microempreendedor individual (MEI), microempresa (ME), empresa de pequeno porte (EPP), juntos são responsáveis por 27% do PIB do País.
Ele credita esse crescimento de 13,5% no Estado à facilidade que se tem em ser um MEI e ao fato das muitas demissões no setor público e também no privado.
“Esse aumento no período pode ser explicado por ser um MEI, apresenta não ter uma folha de pagamento onerosa e por outro lado pelo momento de crise que o País e o Estado estão passando, onde muitas pessoas perderam postos de trabalhos, tanto nos governos Federal, Estadual e Municipal, e pela necessidade de ter uma renda, acabam por enveredar no empreendedorismo como forma de ganhar dinheiro e sustentar a família e ser MEI é favorável ao seu crescimento”, disse.
Ele cita que em muitos casos o microempreendedor deixa de procurar outro emprego e passa a investir na nova profissão.
“Muitos veem no MEI um trampolim para empreender e crescer naquele mercado e temos casos de sucesso em que a pessoa tinha emprego e entrou no MEI como forma de aumentar a renda familiar e depois deixou o emprego e seguiu empreendendo, como temos casos de pessoas que conciliaram o trabalho com a atividade empreendedora e aumentaram suas rendas, assim como de pessoas que tiveram que empreender por necessidade de não ter outra opção e conseguiram crescer”, disse.
Jefferson informou que o Sebrae promove palestras para os futuros MEIs, informando sobre os procedimentos que devem ser adotados.
“Tratamos sobre tudo que o MEI precisa saber para empreender, quais os trâmites e as obrigações e vantagens de ser um MEI, além de promover consultorias, palestras e seminários com temas específicos de cada segmento”, disse. (R.R)