O estado de Roraima registrou um aumento preocupante no número de motoristas com problemas de visão nos últimos dez anos. De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (15) pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), baseados em informações da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), o número de motoristas roraimenses com restrições na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por conta de problemas de visão aumentou 125% desde 2014.
Em termos de aumento percentual, Roraima fica atrás apenas dos estados de Goiás (129%) e Tocantins (128%).
Esse crescimento significativo é um reflexo de uma tendência nacional. Em 2014, cerca de 14,4 milhões de motoristas brasileiros só podiam conduzir veículos com o uso obrigatório de óculos ou lentes de grau. Em 2024, esse número saltou para 25,4 milhões, representando um aumento de 77%. As restrições visuais atualmente representam 91% de todas as anotações aplicadas às CNHs emitidas no país.
Segundo o CBO, diversos fatores estão contribuindo para essa crescente demanda por cuidados oculares entre os motoristas, incluindo o envelhecimento da população, a exposição prolongada às telas de celulares e computadores, e o aumento da incidência de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e estresse. Além disso, hábitos como alimentação inadequada, sedentarismo e obesidade também desempenham um papel significativo.
Impacto na CNH
A inclusão de anotações na CNH é um processo realizado pelo médico do tráfego ao final da avaliação prévia exigida para a concessão ou renovação da habilitação. Durante o exame, o profissional analisa as condições do candidato de conduzir um veículo sem oferecer perigo para outros motoristas, passageiros e pedestres. Entre as aptidões analisadas estão a acuidade visual, campo de visão, capacidade de enxergar à noite e reagir prontamente ao ofuscamento provocado pelos faróis dos demais veículos, e a capacidade de reconhecer as luzes e sua posição nos semáforos.
“Ao identificar a existência ou sintoma de deficiência de visão, o médico do tráfego orienta a busca por uma avaliação especializada, que será feita por um oftalmologista, para que seja feito o diagnóstico exato do problema e a respectiva prescrição do tratamento”, destacou o CBO.