O número de ingressantes em cursos de ensino superior no Brasil caiu 6,1% de 2014 para 2015. Conforme o Ministério da Educação (MEC), o País perdeu 190.626 mil novos alunos e a rede privada foi a que mais sofreu, com perda de 176.445 ingressantes do valor total.
Segundo o Censo do Ensino Superior de 2015 do MEC, o Brasil teve 3,1 milhões de ingressantes em 2014 e, no ano passado, o número caiu para 2,9 milhões. A queda acontece principalmente porque o Governo Federal restringiu o acesso ao Financiamento Estudantil (Fies). Além, é claro, da crise financeira em que vive o País.
A mudança por parte da União foi no final de 2014. Hoje, a restrição do acesso ao Financiamento Estudantil (Fies) e regras como a exigência de nota mínima de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) fizeram a oferta de vagas cair de 713 mil vagas em 2014 para 287 mil em 2015. Esta é a primeira diminuição no número de matrículas na rede particular do Brasil desde 2009.
Em Roraima, as matrículas em algumas faculdades privadas também diminuíram consideravelmente. Na Faculdade Cathedral, na Avenida Luís Canuto Chaves, bairro Caçari, o número de matrículas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) teve aumento de 9,5% no ano de 2015 em relação a 2014. No entanto, este ano sofreu queda considerável de 12,5% se comparado ao ano passado.
O aumento de matrículas de 2014 a 2015 se deu em razão da Cathedral ter implantado um sistema de financiamento próprio. “Esse projeto foi destinado ao estudante que não conseguiu bolsa de estudo do Fies, devido ao corte do Governo Federal, e que não tinha condições de pagar as mensalidades enquanto estava na faculdade. Foi isso que garantiu a permanência dos alunos em sala de aula”, informou.
Ainda segundo a instituição de ensino, a iniciativa do financiamento próprio foi tomada por conta do cenário econômico do Estado e também do País. “Além do fato de muitos estudantes não terem condições de se beneficiarem com o Fies, devido à insuficiência de vagas ofertadas e, consequentemente, à falta do amparo de uma bolsa de estudo”, ressaltou a Cathedral.
A Folha entrou em contato com a Universidade Federal de Roraima (UFRR) para saber se também houve diminuição de matrículas. Mas de acordo com a instituição o número se manteve estável, sem alteração.
Solicitamos dados numéricos para saber a quantidade de pessoas que ingressaram nos dois últimos anos, no entanto, não recebemos respostas até o fechamento desta matéria, às 18h de ontem, 07. (B.B)