A Eneva (Energia Nova) já se mobiliza para iniciar a construção da primeira usina movida a gás natural de Roraima, que vai fornecer energia limpa e segura para o Estado a partir de 2021. A iniciativa da empresa, que foi uma das vencedoras do leilão realizado em 31 de maio para suprimento de energia para Roraima, é um dos caminhos para enfrentar um dos maiores gargalos de crescimento do Estado e deve contribuir para a redução nas tarifas de energia.
A companhia vai desenvolver em Roraima o projeto termelétrico Jaguatirica II, de 132,3 MW, movido a gás natural, e abastecido com o gás produzido pela Eneva no campo de Azulão, no Amazonas. O gás será liquefeito e transportado via carretas para Boa Vista por meio da BR 174 para abastecer a usina.
O projeto deverá demandar um total de 1,8 bilhão de reais, sendo 40% em moeda estrangeira. A Eneva comercializou energia a um preço de referência de 798,17 reais por megawatt-hora, com receita fixa de R$ 429,3 milhões por ano.
O presidente da Eneva, Pedro Zinner, disse que a solução que a empresa encontrou para atender à necessidade de energia no Estado consiste em um projeto integrado de energia. “Os investimentos previstos pela Eneva em Roraima contribuirão para o aumento da segurança energética do estado e irão diversificar a fonte de energia existente hoje”, afirmou.
A previsão de investimento é de R$ 1,8 bilhão nos dois estados, com início das obras previsto para agosto. “Estes recursos serão investidos nos dois estados. “No Amazonas o investimento é para expandir nossa produção de gás e em Roraima para construir a usina de geração de energia”, disse.
Ele destaca que o gás é uma energia limpa, menos poluente e que dá segurança na geração de energia. “Isso vai aumentar a segurança energética no Estado, oferecer energia mais barata e ajudar a combater os altos custos cobrados pela energia no Estado”, disse.
Usina será construída na BR 174 Norte
Usina deve ser construída próximo à subestação da Eletronorte, na região do Monte Cristo (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
À Folha, a gerente de relações institucionais da Eneva, Elisa Soares, disse que a empresa está finalizando a definição do contrato do terreno para a construção da usina, que a princípio deva ser instalada próximo à subestação de geração de energia da Eletronorte, na região de Monte Cristo, na BR 174 Sul.
“Ainda estamos em negociação do terreno, mas podemos afirmar que a usina será construída próximo da subestação da Eletronorte”, afirmou.
Quanto ao início das obras, Elisa Soares afirmou que até o início do mês de agosto já estará montando o canteiro de obras.
“Já temos um contrato com a empresa Techint, que é multinacional ítalo-argentina, para a construção da obra e estamos em fase de mobilização de equipamentos para Roraima”, afirmou.
O prazo de finalizar a construção e entrar em operação é de dois anos a contar da data do leilão, em maio. “Temos até o final de junho de 2021 para entregar a usina pronta e gerando energia. Mas nossa projeção é que iniciemos a geração de energia bem antes deste prazo e a energia produzida será vendida para a Roraima Energia revender para os usuários”, disse.
Construção de usina pode gerar milhares de empregos em Roraima
Já sobre a geração de empregos, Elisa informou que também está em planejamento e optou por deixar para informar os números até o final deste mês. “Nossas equipes estão estudando o projeto para ver a necessidade de mão de obra e até o final de junho já teremos um número aproximado de pessoas que serão contratadas, tanto para mão de obra temporária, para a construção da usina, quanto para as pessoas que serão contratadas para trabalhar na empresa”, afirmou.
A Eneva assinou contrato com a Techint para a execução do projeto da usina, em Boa Vista, e a empresa informou que serão gerados mais de 1.500 empregos para o Brasil a partir desse contrato só na fase de implantação. “Estou muito feliz e orgulhoso do trabalho realizado pela nossa equipe, que nos permitiu chegar a esse resultado”, disse Luis Guilherme de Sá, Commercial and Business Development Director Techint.
A construção da UTE foi contratada com a Techint em contrato de engenharia, construção e montagem (full EPC). Os equipamentos críticos da ilha de potência da UTE serão fornecidos pela Siemens.
A construção da planta de GNL, tancagem e regaseificação será coordenada pela Eneva e os equipamentos serão fornecidos pela Galileo Technologies