Moradores da rua Tepequém, no conjunto Pérolas do Rio Branco, no bairro Airton Rocha, zona Oeste, cobram a conclusão das obras da escola municipal de Proinfância B. A creche deveria atender a 240 crianças de até 04 anos, mas o prazo de conclusão da obra venceu, em 05 de setembro do ano passado, e no local apenas o muro foi construído.
A escola custou aos cofres do Governo Federal R$ 1.843.627,01. O dinheiro é do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-II), que firmou convênio no começo do ano passado com a Prefeitura de Boa Vista, responsável pela contratação da empresa que deveria construir a escola.
O terreno, hoje tomado pelo mato, também incomoda a vizinhança, que reclama dos mosquitos e de usuários de droga. Na área municipal, segundo os moradores, uma estudante teria sido estuprada este ano por dois criminosos, que a arrastaram para o matagal.
“A gente ficou muito feliz no começo porque nossas crianças teriam um lugar para ficar quando a gente fosse trabalhar, mas hoje esta área só serve para abrigar marginais e viciados. Só colocaram a placa e levantaram o muro. Depois as obras pararam. Isso já tem quase um ano”, relembrou a dona de casa Marlene Brito, de 46 anos.
Lucélia de Souza, de 35 anos, é autônoma e não tem com quem deixar a filha, de 03 anos. Ela também reclamou da obra parada. “Pago para uma vizinha tomar conta da minha filha. Aí vou trabalhar e só volto no final da tarde. Espero que esta creche seja logo inaugurada”, cobrou.
Os últimos dados do Censo apontam que naquela região da Capital há 1.200 crianças nos bairros Raiar do Sol, Nova Cidade, Operário e Airton Rocha. Grande parte das famílias é de baixa renda. Os pais saem para trabalhar e os filhos, muitas vezes, ficam sozinhos em casa. Os índices de violência contra crianças e adolescentes vêm aumentando nos bairros da zona Oeste da Capital.
Prefeitura alega que empresa desistiu de construir o prédio
Por meio de nota, a Prefeitura de Boa Vista informou que a obra está parada por conta da desistência da empresa para a execução dos serviços. Frisou que o contrato foi rescindido e, como se trata de recursos do FNDE do Governo Federal, existe a necessidade de liberação para que a obra possa ser relicitada.
Com relação ao atendimento aos alunos, afirmou que a creche Proinfância é projetada para atender cerca de 240 alunos. “A Prefeitura reforça que está buscando a solução no menor prazo possível”, destacou.