Cotidiano

Ocupações não tem acesso à agua potável, diz OIM

Das 14 localidades verificadas, nenhuma tinha acesso à água potável; mas a maioria tinha abastecimento de eletricidade pública

A Agência das Nações Unidas para as Migrações (OIM) Brasil divulgou dados sobre a situação de espaços cedidos e ocupações espontâneas em Boa Vista. Das 14 localidades visitadas, nenhuma delas tinha acesso à água potável.

As 14 localizações verificadas foram os espaços cedidos: Aprisco. Autoposto Equador, Casa Cel Monteira Baeno, Casa Pedro Rodrigues, José Pinheiro, Pricumã e Surumú; e as ocupações espontâneas: Bernardo Coutinho, Beira Rio, Criança Feliz, Embratel, futura sede da PMRR, Ka’ubanoko e Totozão. A ação ocorreu nos dias 06 e 07 de maio.

Foram contabilizadas 2.473 pessoas, sendo 780 homens, 671 mulheres, 546 meninos e 476 meninas.

Ao todo são 826 famílias, sendo 52 adolescentes e mulheres grávidas; 141 lactantes; 11 crianças desacompanhadas; 40 pessoas idosas, sendo 5 idosos desacompanhados; 406 indígenas; e 76 famílias monoparentais. São 22 pessoas com deficiência física / intelectual, 11 pessoas com dificuldade de locomoção, 19 pessoas com dificuldade visual e 67 pessoas com doenças crônicas / condições médicas distintas.

Dentre as 14 localidades, 11 são abastecidos por eletricidade pública; oito possuem cozinha coletiva e outros oito utilizam lenha como combustível para os espaços de cozinha.

Com relação à higiene, a OIM aponta que nenhum deles tem acesso à água potável, segundo dados levantados através das lideranças dos espaços cedidos e ocupações. Somente dois deles tem armazenamento por caixa d’água, sendo 251 banheiros disponíveis.

Das doenças mais comuns relatadas estão diarreia e vômito; doenças respiratórias e gripe. O sistema de saneamento público é disponível em um espaço e nenhum deles faz separação/descarte de lixo. Três deles recebem doação de alimentos. 

Com relação à segurança, a população afirmou que as pessoas se sentem-se seguros, que não há relatos de ameaça de despejo na sua maioria e que não há muitos casos tensões e desentendimento na comunidade.

Na área da educação, crianças e jovens que estudam são 278. O principal motivo por crianças e jovens não irem à escola, segundo os entrevistados, são escassez de vagas nas escolas.

Nos meios de vida, 24% dos homens são economicamente ativos e 76% não, sendo a principal atividade econômica a carpintaria; no caso das mulheres, 90% não são economicamente ativas e 10% trabalham tendo a principal atividade econômica a carpintaria.