Cotidiano

Oficina discute papel da imprensa frente à realidade dos venezuelanos

Ação visa promover diálogo entre os profissionais dos meios de comunicação e as organizações que atuam com a questão migratória

Com o objetivo de debater conceitos e temas fundamentais para a cobertura da imprensa, a Agência das Organizações das Nações Unidas (ONU) para Refugiados (Acnur) e a organização não governamental Conectas Direitos Humanos promovem a 1ª Oficina para Jornalistas sobre Fluxo de Venezuelanos em Roraima. O evento ocorre até nesta terça-feira, 31, no auditório do Centro de Ciências Humanas (CCH) da Universidade Federal de Roraima (UFRR), no bairro Aeroporto, na zona Norte.

No primeiro dia da oficina, na segunda-feira, 30, foram promovidas palestras abordando o tema “Refúgio, Migração e Direitos Humanos”, com Camila Lissa Asano, coordenadora de Política Externa e Direitos Humanos da Conectas Direitos Humanos; “Cobertura Jornalística sobre Refúgio e Migração”, com Luiz Fernando Godinho, porta-voz da Acnur; “Representação da Violência de Gênero na Mídia”, com Marcela Ulhoa e Adriana Negry, do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA); e “Conhecendo o perfil da migração venezuelana em Roraima”, pelo professor Gustavo da Frota Simões, da UFRR.

Nesta terça-feira, 31, será realizada uma conversa com imigrantes e refugiados venezuelanos. Em seguida, a palestra “Quem é Quem no Sistema de Acolhida de Roraima – Lançamento de Guia de Fontes” será apresentada por entidades que atuam na resposta ao fluxo de cidadãos venezuelanos em Roraima e o debate “Jornalismo como Ferramenta de Combate à Xenofobia e Discriminação”, com o professor João Carlos Jarochinski Silva, da UFRR.

Para o porta-voz da Acnur no Brasil, Luiz Fernando Godinho, a imprensa tem um papel fundamental no sentido de informar a sociedade com isenção e informação qualificada. “A gente tem notado uma cobertura bem extensiva, em diversas linhas editoriais da imprensa roraimense e classificamos essa atuação como positiva. A maneira que a informação chega à sociedade tem um impacto muito importante e vai definir como a sociedade vai reagir a essa questão”, apontou.

De acordo com Camila Asano, da Conectas, a iniciativa da oficina também vem para tratar da nova realidade migratória no Brasil, onde Roraima tem desempenhado um papel central como porta de entrada do fluxo migratório de venezuelanos. “Entendendo que a imprensa local desempenha um desenvolvimento na sociedade roraimense e também no papel de informação para o Brasil, que nós pensamos nessa atividade para os profissionais de comunicação para que tivesse esse componente de formação sobre os conceitos de refúgio, migração e direitos humanos, também uma formação de questão de técnicas de cobertura”, informou Camila.

A coordenadora exemplificou que a ação também visa um diálogo mais aberto e franco entre os profissionais que estão trabalhando na cobertura e os que trabalham nas organizações da sociedade civil e das agências internacionais, como uma forma de fortalecer o trabalho que a imprensa local desempenha. “Nós estamos provendo essa primeira oficina, mas tanto o Conectas quanto a Acnur gostariam de pensar em outras formas de continuar essa interação com a imprensa local, justamente por esse papel importante e também promover uma forma de pensar juntos a abordagem do fluxo migratório”, ressaltou Camila. (P.C.)