Comercializados sem receita médica e sem nenhuma garantia de qualidade, os óculos de grau vendidos nos camelôs preocupam especialistas na saúde ocular. Embora estejam sendo amplamente distribuídos, segundo o oftalmologista Rômulo Ferreira, os óculos vendidos sem prescrição médica são altamente prejudiciais à visão.
Segundo o especialista, óculos com lentes mal trabalhadas podem causar doenças na visão, como o glaucoma. “Numa compra indevida, a pessoa está adquirindo lentes que não são bem trabalhadas. O ambulante não é médico e não vai saber diagnosticar a necessidade daquela pessoa que acha que aqueles óculos vão servir para enxergar melhor”, disse.
Óculos de grau comprados sem prescrição, de acordo com o oftalmologista, podem inclusive causar cegueira irreversível. “Existem doenças que roubam a visão e não têm sintomas, como o glaucoma, que cega uma pessoa por minuto no mundo todo. Às vezes as pessoas têm doença no nervo ótico e deixam a oportunidade de ter uma saúde ocular boa não indo a um especialista, e o barato acaba saindo caro”, alertou.
O especialista citou outros perigos de comprar óculos que não levam em conta o exame individual de cada olho. “A qualidade da lente de óculos de camelô é péssima, e isso a pessoa pode notar, por exemplo, ao sentir um aumento de fotofobia [sensibilidade à luz solar]. Outro fator preocupante é a armação, que deve ser adequada para diferentes tipos de rosto”, explicou.
ÓCULOS DE SOL – Lentes que só escurecem e não possuem filtros, que são vendidos em óculos de sol falsificados, também podem prejudicar a saúde ocular de uma pessoa, de acordo com o oftalmologista Rômulo Ferreira. “Lente pintada não significa que possui filtro solar. Na verdade, não filtra nada. Os óculos escuros também devem ser comprados em óticas, onde há lentes polarizadas e qualificadas para proteger os olhos dos raios solares”, destacou.
Conforme ele, o uso de óculos de sol falsificados pode causar doenças graves, como a catarata. “Um dos riscos é o pterígio, que é aquela carne que cresce próximo ao olho, além de catarata. Fora o risco de, dependendo da densidade do sol, atingir a retina e fazer uma doença na mácula, que é o cérebro da visão”, frisou. (L.G.C)