Cotidiano

Oito comunidades em Pacaraima estão isoladas

Na reunião convocada pelo Estado com representantes municipais foi apresentada a situação de Pacaraima, que hoje necessita dentre outras demandas, de alimentação e água potável.

Pacaraima é o município em Roraima que atualmente está em estado mais crítico, por consequência do período de chuvas, segundo o levantamento realizado pela Defesa Civil estadual. Pelo menos oito comunidades estão isoladas e precisando de suporte por parte do órgão.

Segundo o secretário de Agricultura, Meio Ambiente e turismo de Pacaraima, Marcelo da Silva Pereira, 22 comunidades estão precisando do suporte por parte do Corpo de Bombeiros. Entre elas, São Marcos, Tigre, Maruau, Taxi I, Taxi II, São Bento e Beira-Rio. “Existem nove comunidades que normalmente ficam isoladas nesse período de inverno, então não há nada de novo. Entretanto, outras 13 também enfrentam a mesma situação, de acordo com o que apuramos.

Pelo o que calculamos, 710 famílias estão afetadas e demandando coisas como transporte, alimentação e água potável”, informou.

Devido ao fato de algumas dessas comunidades serem isoladas, o secretário explicou que só foi possível ter conhecimento de alguns dos prejuízos nos últimos dias. “Algumas dessas comunidades, por serem indígenas, acabam tendo acesso somente por transporte aéreo. Por isso, só ficamos sabendo da situação de falta de água ou comida nesses lugares recentemente”, explicou o secretário.

Nível do rio diminuiu em Caracaraí

Em relação à Caracaraí, o diretor executivo da Defesa Civil, coronel Cleudiomar Ferreira, explicou que o nível do Rio Branco diminuiu desde segunda-feira, 9, quando o município foi apontado como de situação mais crítica. De acordo com os bombeiros, apenas a Vila Cujubim está isolada, com o acesso ao local se dando através de um terreno particular.

“O decreto de Caracaraí ainda está valendo. O nível da água está baixando, mas ainda existem problemas pós-enchente, como é o caso da falta de água potável e perda de recursos alimentícios. Além disso, ainda há a previsão de pelo menos 300mm de chuva para o mês, significando que a situação por lá pode voltar a se agravar”, contou.

Sobre a possibilidade de um decreto emergencial para Pacaraima, o coronel Cleudiomar afirmou que ainda não é possível tomar decisões, uma vez que os locais indicados pelos representantes do município ainda serão analisados. “Essa demanda acabou de ser trazida pelo município, então iremos auxiliar e levar o nosso efetivo para ver a situação dessas comunidades. Mesmo assim, no fim das contas, a decisão de decretar emergência cabe somente ao prefeito de Pacaraima”, contou.

Reunião contou com participação de oito municípios de Roraima

 

Além de Pacaraima e Caracaraí, representantes de Alto Alegre, Amajari, Boa Vista, Cantá, Normandia e Rorainópolis também estiveram presentes na reunião realizada na manhã de ontem. Para a Capital, a única demanda da Defesa Civil foi de transportes para a região do Passarão, na zona Rural de Boa Vista, onde alguns moradores encontram dificuldades de locomoção.

Em Rorainópolis, está havendo dificuldade de acesso em duas localidades do Baixo Rio Branco. Em Normandia, algumas estradas estão prejudicadas, dificultando o acesso às vilas. Nos dois casos, demandas por transporte, alimentação, água potável e liberação de rotas foram solicitadas. Em Mucajaí, somente uma vicinal está com problema de acesso.

Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Doriedson Ribeiro, mesmo com o momento sendo crítico para diversas localidades, as chuvas deste ano ainda não causaram transtornos na proporção dos que ocorreram em 2011. Além disso, ele também reforçou a necessidade da reunião para que haja um melhor diálogo entre municípios e o órgão de bombeiros.

“Essa reunião é para que haja alinhamento de ações da Defesa Civil em conjunto com o Corpo de Bombeiros. Algumas localidades estão com dificuldades de acesso a escolas e a centros de saúde. Demandas por medicamentos, água potável e comida também estão sendo feitas. Além disso, o pós-enchente também é perigoso, uma vez que há o risco de doenças e perda de agriculturas”, afirmou. (P.B)