Cotidiano

ONG ajuda venezuelanos a superarem dificuldades no Brasil

Projeto foi criado em 2018, mesmo ano em que foi instituída a Operação Acolhida para enfrentar a crise migratória venezuelana, sobretudo, em Roraima, a principal porta de entrada dos estrangeiros no Brasil

“Somos uma ONG de venezuelanos para venezuelanos”. É assim que o diretor de relações institucionais do projeto Casa Venezuela, Tomas Guzman, apresenta a organização não-governamental que ajuda compatriotas a superarem dificuldades no Brasil, como a falta de comida e de emprego, a barreira linguística e a burocracia, e o auxiliam a buscar a interiorização pelo País. Voluntários também buscam mostrar às autoridades locais a realidade desse público no Brasil.

A ONG foi criada em 2018, mesmo ano em que foi instituída a Operação Acolhida para enfrentar a crise migratória venezuelana, sobretudo, em Roraima, a principal porta de entrada dos estrangeiros no Brasil. “Quando chegou a primeira onda de venezuelanos, sentimos a necessidade de estender a nossa mão. Eram pessoas que chegavam sem falar português”, lembrou a presidente da ONG, Blanca Montilla.


A presidente da ONG Casa Venezuela, Blanca Montilla (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Atualmente, o projeto tem sede em oito cidades brasileiras, como Boa Vista, e soma dezenas de voluntários. A ONG disponibiliza o PIX 42.004.009/0001-10 (CNPJ) para quem desejar doar, além do Instagram @casavenezuelabr para venezuelanos que procuram ajuda ou pessoas que pretendem ajudar a organização.

Empregos

O projeto direciona venezuelanos a empregos pelo Brasil com a base de dados que possui. A interiorização, por sua vez, tem o apoio da Operação Acolhida. “Fazemos a ponte entre empresa privada e mão-de-obra venezuelana. Tem beneficiado muitas pessoas por meio desse projeto, mais ou menos umas 300 famílias impactadas”, explicou Blanca.

Além disso, a ONG oferta capacitações para venezuelanos ingressarem no mercado de trabalho, principalmente para mulheres. “O foco são mulheres, mães solteiras, para que consigam ter sua independência financeira, pra que tenham o suporte necessário pra sustentar os filhos”, acrescentou.

‘Outra cara da Venezuela’

Segundo Blanca, a ONG também busca mostrar uma “outra cara” da Venezuela para os brasileiros, por meio de eventos culturais, por exemplo. “Queremos mostrar outra parte da Venezuela, como questões culturais, empreendedores que deram acerto, além de dar apoio, orientação, e promover a inserção social de pessoas”, pontuou.

Tomas Guzman cita o exemplo de uma jovem venezuelana que chegou a Boa Vista e precisou vender colares nos semáforos. Hoje, ela possui um salão de beleza focado em micropigmentação e cílios e que emprega 11 mulheres, sendo nove brasileiras. “A gente quer mostrar exemplos de pessoa que podem dar certo, de sair vida de dificuldade, procurar oportunidade e, com o seu esforço e empenho, conseguir”, pontuou.

*Por Lucas Luckezie