Cotidiano

Ônibus urbanos demoram e irritam usuários boa-vistenses

A população voltou a reclamar do tempo de espera nos pontos de ônibus da Capital. Por dia, em média, mais de 30 mil pessoas utilizam o transporte coletivo em Boa Vista. A espera, segundo os usuários, é exaustiva. No final de semana, principalmente, o usuário aguarda mais de uma hora no parada. Do total de pessoas que dependem diariamente do coletivo, quase 17 mil pagam a passagem inteira, que custa R$ 2,60, mais de 7 mil pagam meia e seis mil não pagam.
Conforme a tabela de horários afixada na parede do Terminal de Integração José Campanha Wanderley, no Centro, os ônibus não demorariam muito a passar nos horários de pico, às 7h, 12h e 18h. Mas, mesmo assim, os passageiros esperam até meia hora, dependendo da linha.
Nos horários considerados normais, os ônibus passam entre 40 minutos a uma hora. Quem não quer esperar muito tempo acaba optando pelo transporte alternativo, o táxi-lotação, que passa a todo instante, das 6h às 20h, de segunda a sexta-feira. No sábado, o lotação vai das 6h às 14h, e no domingo, das 6h às 12h.
Em média, segundo o sindicato dos taxistas, 35 mil pessoas andam diariamente de lotação em Boa Vista, número que supera os usuários de ônibus. Mas, apesar de ser mais eficiente, o serviço também não atende à demanda. Uma das saídas, segundo a categoria, seria aumentar a frota ou trocar os veículos pequenos por carros maiores, como vans.
A doméstica Ana Luíza Rodrigues, de 47 anos, moradora do bairro Santa Luzia, zona Oeste, reclama da falta de transporte coletivo na Capital. Assim como milhares de usuários, ela também espera horas pelo ônibus. “A gente até chama de Telesena, pois só aparece de hora em hora”, ironizou.
Nos dias de feriado, a demora é maior. Ontem pela manhã, por exemplo, Dia de Nossa Senhora da Conceição, alguns usuários ainda se arriscavam nos pontos de ônibus. “Estou aqui há mais de uma hora. É um teste de paciência, meu Deus! Um desrespeito com a população”, lamentou um agente de saúde, que preferiu não se identificar.
Além da demora e de ônibus mal conservados, os usuários reclamam do fim do sistema de integração, em que os passageiros desembarcavam e embarcavam no terminal do Centro sem pagar uma nova passagem.
“Agora a gente desce lá [no terminal central] e tem que pagar uma nova passagem para pegar outro ônibus. Antes não era assim. Mas a Prefeitura preferiu ceder à empresa de ônibus em detrimento dos mais pobres, que dependem do transporte coletivo todo dia”, lamentou um fiscal da Emhur (Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional), da Prefeitura de Boa Vista.
EMHUR – A Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur) informou que quem fiscaliza as empresas de ônibus são agentes de fiscalização, conforme decreto 158/E. Há equipe das 6h à meia-noite fiscalizando os horários de todas as linhas. São anotados em planilhas os horários de chegada e saída de cada ônibus. Quando é detectada alguma irregularidade, a empresa é notificada, advertida por escrito e multada, conforme decreto 158/E.
Com relação à quantidade de veículos, a Emhur informou que hoje são 75 veículos, sendo cinco veículos reserva, que fazem 15 linhas de ônibus. Quanto à integração, informou que não acabou. Hoje o sistema de integração pode ser em qualquer ponto da cidade, usando o cartão Boa Vista Card, com 1h30m de integração e, no fim de semana, o sistema de integração é de duas horas.
Com relação ao tempo de espera, em horário de pico de segunda a sexta-feira, o tempo de espera é entre 10 a 20 minutos. Aos sábados, domingos e feriados a demanda é de 70 % da frota.
EMPRESA – na manhã de ontem, a Folha foi à empresa de ônibus que roda na Capital, mas um atendente informou que os gerentes tinham viajado para Minas Gerais (MG) e que ninguém estava autorizado a falar. (AJ)