Cotidiano

Operação Acolhida já interiorizou mais de 12 mil venezuelanos

Até a presente data, os estados que mais receberam imigrantes venezuelanos foram o Amazonas, São Paulo e do Rio Grande do Su

Hoje, com a crescente crise humanitária na Venezuela, Roraima já dá sinais de não poder atender a demanda do incessante fluxo de refugiados oriundos daquele país. 

A remoção de imigrantes para outros estados, chamada de ‘interiorização’, é um dos principais focos da Operação Acolhida, que recebe diariamente uma média de 600 venezuelanos que cruzam a fronteira da Venezuela com o Brasil em busca de abrigo, residência temporária ou solicitação de refúgio.

Desde que a Força-tarefa Logística Humanitária se estabeleceu em Boa Vista, mais de 12 mil imigrantes já foram interiorizados, segundo a própria entidade confirmou para a Folha. 

Segundo números da interiorização, logo após a Folha divulgar que o processo estava parado, três processos de interiorização ocorridos de 7 a 12 de junho levaram 200 venezuelanos para outros estados brasileiros em menos de uma semana. 

Até a presente data, os que mais receberam imigrantes venezuelanos foram o Amazonas (1.163), seguido de São Paulo (1.094) e do Rio Grande do Sul (1.045). Ao todo, 24 estados de Norte a Sul do país receberam venezuelanos. 

Dos mais de 12 mil interiorizados, 4.482 foram facilitados pela sociedade civil, a partir de entidades religiosas, como a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, mais popularmente conhecidos como mórmons, que lideram o ranking, tendo interiorizado mais da metade desse número, ou seja, 2.804 imigrantes.

A interiorização é um processo voluntário, no qual todos os beneficiários são previamente registrados e recebem auxílio na obtenção da documentação necessária para a regularização no Brasil. A Operação Acolhida certifica de que cada indivíduo esteja devidamente vacinado e com seus exames de saúde atualizados, além de situação legalizada no Brasil.

Interiorização é dividida em modalidades

A interiorização é dividida em quatro modalidades: vaga de emprego sinalizada: quando o imigrante é direcionado para uma vaga de emprego definida; institucional: quando é feita transferência de abrigos de Boa Vista para abrigos mantidos pelo poder público no interior do país; sociedade civil: ocorre quando, através de parcerias com as instituições civis, entre elas, jesuítas, mórmons e rotary, o imigrante é levado de um abrigo para outro abrigo em outro estado; e, por último, reunificação familiar: situação na qual o cidadão tem algum familiar que pode recebê-lo em sua cidade e integrá-lo na sociedade. 

MPRR promoverá debate sobre refúgio e migrações em junho

Um “Colóquio sobre Refúgio e Migração”, por ocasião do Dia do Refugiado (20/06) e Dia do Imigrante (25/06) está sendo organizado pelo Ministério Público, por meio do Ceaf (Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional).

O evento vai estimular o debate sobre migração e refúgio, tentando informar e aproximar a sociedade roraimense às organizações envolvidas no acolhimento, interiorização dos imigrantes e refugiados, com referência aos trabalhos que vêm sendo realizados no Estado de Roraima após a crise econômica e social que ocorre na Venezuela e que gerou um forte fluxo migratório para o Brasil.

O Colóquio também busca a troca de conhecimentos, experiências e pontos de vista sobre migração e refúgio no nosso Estado. Estarão participando representantes da Operação Acolhida, da Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados – ACNUR, da imprensa local, da Pastoral Universitária e representante do Ministério Público de Roraima – Membro do Grupo Especial de Atuação e Monitoramento do Fluxo Migratório (Geafi). O Colóquio terá a duração de 2 horas, das 9h às 11h, no auditório do edifício-sede do MPRR. 

As inscrições serão feitas por meio de formulário disponibilizado na página do Ceaf, no link https://www.mprr.mp.br/ceaf/coloquio.php. Os participantes terão direito a certificado de participação.