Cotidiano

Operação Acolhida tem 39 militares infectados pelo coronavírus

Os profissionais fazem parte do grupo de 114 pessoas que testaram positivo, conforme o boletim epidemiológico divulgado nessa terça-feira (14), pela Sesau

O comandante da Operação Acolhida em Roraima, general Antonio Manoel Barros, confirmou que 39 militares do 8° Contingente da Força-Tarefa Logística Humanitária (FT-Log) da Operação Acolhida estão com coronavírus.

Do total de 39, dois militares são de Pacaraima e os outros são de Boa Vista. “Esses militares estão isolados em área de segurança, e estão bem, pois estamos seguindo os protocolos de saúde”, ressaltou o comandante da Operação Acolhida.

Os profissionais fazem parte do grupo de 114 pessoas que testaram positivo, conforme o boletim epidemiológico divulgado nessa terça-feira (14), pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau).

Operação Acolhida não registrou casos entre venezuelanos

General Barros: “Considero como êxito, por não termos nenhum venezuelano contaminado” (Foto: Arquivo FolhaBV)

O comandante da Operação Acolhida em Roraima, General Barros, garantiu que não há casos de coronavírus entre os venezuelanos atendidos pela Operação Acolhida. “Qualquer sintoma como coriza, febre, gripe ou outro, a gente isola pra evitar contaminação. Posso considerar que seja um êxito que entre 10 mil venezuelanos não há nenhum contaminado. Temos todo um procedimento rigoroso nos abrigos, seja no aspecto educativo e preventivo”, ressaltou o comandante.

General Barros explicou que, devido ao grande fluxo migratório proveniente da Venezuela, no início de 2018, teve que desdobrar um Posto de Atendimento Avançado – PAA (módulo de Hospital de Campanha) no município de Pacaraima, visando atender aos venezuelanos desassistidos.

Considerando o fechamento da fronteira e a pandemia Coronavírus (Covid-19), o coordenador operacional da Operação Acolhida tomou a decisão de, no dia 21 de março, deslocar o PAA para Boa Vista, para implementar uma Área de Proteção e Cuidados (APC).

A APC é composta por duas áreas separadas funcionalmente, embora fisicamente conectadas: a Área de Proteção (AP) e a Área de Cuidados (AC). 

A Área de Proteção visa mitigar a propagação da contaminação, por meio do isolamento sanitário dos venezuelanos enquadrados como suspeitos. A Área de Cuidados destina-se aos casos confirmados e ao consequente tratamento. Inicialmente, a APC está concebida para o atendimento de venezuelanos; posteriormente, a depender das condições do sistema de saúde local, o atendimento, se necessário, expandirá para todo o estado de Roraima. 

O estabelecimento da APC está sendo realizado em parceria pela Operação Acolhida, Governo de Roraima, Prefeitura de Boa Vista e Universidade Federal de Roraima, tudo com a finalidade de contribuir com o achatamento da curva de contaminados pelo Coronavírus com o isolamento e contribuir para mitigar, com o tratamento, a possível sobrecarga no sistema de saúde local.

Definiu-se que a Operação Acolhida contribuirá com 30 leitos, a Secretaria de Saúde do Estado com 30 e a Prefeitura de Boa Vista com vinte, totalizando oitenta leitos, para cuidados nos níveis 1, 2 e 3, havendo alocação de insumos, recursos humanos e outros materiais necessários para o pleno funcionamento hospitalar. Poderá ser expandida, gradativamente, até 1.025 leitos, de acordo com a alocação de meios por parte do Governo Estadual.

Todos os atores envolvidos no estabelecimento da APC estão trabalhando ininterruptamente para que esteja pronta o mais breve possível, a despeito das dificuldades logísticas impostas pelo distanciamento de Boa Vista em relação às outras cidades do país. Seu funcionamento iniciará tão logo os demais parceiros forneçam os insumos (material e pessoal) necessários a sua ativação, conforme planejado, tudo em sinergia de esforços, e dentro dos parâmetros de ética e transparência na gestão pública.