A 11ª edição da Operação Ágata XI em Roraima, realizada pelo Exército Brasileiro, encerrou nesta sexta-feira. Ao todo, seis pessoas foram presas durante os 10 dias de missões táticas que coibiram delitos como narcotráfico, contrabando e descaminho, tráfico de armas e munições, crimes ambientais e garimpos ilegais.
O balanço da operação, que contou com o apoio de 1,5 mil militares e órgãos de segurança e fiscalização, foi divulgado em coletiva de imprensa realizada na 1ª Brigada de Infantaria de Selva (1ª Bda Inf Sl), na manhã de ontem. Durante a operação, 8 mil veículos foram vistoriados e 398 pedestres abordados, e realizadas 50 patrulhas terrestres e aéreas que percorreram 400 quilômetros nas fronteiras do Estado.
Além das prisões, incluindo a de um foragido preso por envolvimento com o tráfico de drogas, 18 madeireiras foram inspecionadas, sendo seis fechadas com o apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ao todo, 3.612 m³ de madeira extraída ilegalmente foram apreendidos. O material foi avaliado em mais de R$ 1 milhão.
Segundo o Exército, sete balsas que eram utilizadas para garimpagem ilegal foram destruídas. Na ação, ocorrida no interior da Terra Indígena Yanomami (TIY), quatro áreas de garimpo e uma pista de pouso foram neutralizadas.
A operação também apreendeu duas armas cujo os proprietários não possuíam registro, além de 3,1 mil litros de combustível contrabandeados da Venezuela avaliados em cerca de R$ 6 mil.
Durante uma ação conjunta entre o 32º Pelotão de Polícia do Exército, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Agência Nacional de Petróleo (ANP) e a Polícia Federal, que vistoriou aeronaves que ficam no aeródromo Barra do Vento, nas imediações de Boa Vista, na região do Água Boa, foram inspecionadas 18 aeronaves, sendo nove delas interditadas para voos.
Foram apreendidos componentes aeronáuticos por se encontrarem passando por manutenção em oficina não homologada pela Anac, além de 65 litros de combustível de aviação por acondicionamento e armazenamento em local inadequado.
Durante a operação, o Exército Brasileiro realizou ações sociais voltadas para famílias que residem na comunidade indígena Camará, localizada no município de Normandia, região Leste do Estado. Ao todo, 785 atendimentos médicos e 686 odontológicos foram realizados. Também foram feitas 2,2 mil consultas médicas e distribuídos 2,4 mil medicamentos, além da emissão de 82 documentos cíveis.
Segundo o comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, general Antônio Polsin, o Exército buscou colocar as capacidades de defesa em benefícios dos órgãos apoiadores da operação. “O objetivo da operação foi de combater os ilícitos transfronteiriços e contra o meio ambiente. Nós buscamos colocar as nossas capacidades de defesa em benefício das demais agências e foi assim que fizemos esse ano”, destacou.
Conforme ele, todas as legislações vigentes foram respeitadas durante a operação. “Existem legislações diferentes para cumprir a missão na faixa de fronteira e sempre buscamos respeitá-las. Nós poderíamos atuar individualmente nas faixas de fronteira, mas preferimos atuar sempre em parceria”, disse.
Ele considerou os resultados da operação satisfatórios. “É normal que os resultados não sejam tão grandes, porque nesse período as fronteiras estão congeladas, para tudo. Existe uma demanda reprimida que começamos a verificar no decorrer da operação, buscamos fechar todos os principais eixos do estado e as suas vicinais, o ponto de bloqueio na linha de fronteira e entorno de Boa Vista”.