Cotidiano

Órgãos de segurança estão em estado de alerta na divisa com o AM

ANA GABRIELA GOMES

Editoria de Cidade

Diego Lopes Linhares, conhecido como “Baixinho”, que seria o chefe de uma das maiores facções criminosas do Norte, foi morto a tiros em um bairro da zona Leste de Manaus nesta segunda-feira, 10. Próximo ao local do crime, a mesma dupla que efetuou os disparos pichou um muro com a sigla de outra facção, que teria tomado o comando do estado após o crime. Após o ocorrido, órgãos de segurança em Roraima tomaram medidas para prevenir que possíveis conflitos cheguem ao Estado.

No âmbito da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), o titular, Olivan Pereira, informou que esteve na Polícia Federal (PF) ainda na segunda-feira, com o intuito de reforçar as atividades já desenvolvidas e efetuar o planejamento de novas demandas em relação à Força-Tarefa de Combate ao Crime Organizado para a nova fase de 2020. Um dos resultados da parceria é a Força Integrada Contra o Crime Organizado (FICO).

Atualmente, os órgãos estão no início da fase preparatória para a implantação da Operação Hórus, de reforço nas fronteiras, e ativação do Grupo Especial de Segurança de Fronteira (Gefron). Paralelo a isso, estão indicando alvos que são do interesse para a FICO, afim de prevenir a ação das facções criminosas em Roraima. “Ainda que os problemas que o Amazonas tem vivido não sejam os mesmos de Roraima”, declarou.

À frente da Polícia Militar do Estado de Roraima (PMRR), o comandante-geral, coronel Elias Santana, informou que as Companhias Avançadas de Rorainópolis e Jundiá, localizadas em pontos estratégicos do Estado, já foram acionadas. “É evidente que qualquer fato desta natureza causa preocupação, porque o crime não tem e não respeita fronteiras, mas ainda não recebemos nenhum comunicado oficial das instituições públicas do Amazonas”, falou.

Sobre a Companhia Avançada do Jundiá, que geograficamente é uma das entradas de Roraima, o comandante ressaltou que os policiais estão e permanecerão atentos em relação às fiscalizações realizadas na região, com o intuito de que se antecipem a um eventual problema envolvendo o acontecimento na capital manauara. “Estamos atentos e adotando as providências no âmbito de competência”, pontuou.

Frente ao episódio ocorrido no Amazonas, o ex-comandante aposentado da Polícia Militar de Roraima (PMRR), coronel Edison Prola, que é especialista em segurança pública, acredita que é possível haver um reflexo em Roraima caso o a facção criminosa que atua no estado resolva apoiar uma das facções do Amazonas nessa guerra do crime organizado no estado vizinho. 

“É importante que as forças de segurança estejam preparadas e eu acredito que estão. Há um serviço de inteligência competente que, junto aos órgãos federais, certamente estão prontos”, pontuou. Em relação ao sistema prisional, Prola destacou a importância de haver a separação de integrantes de facções, para evitar possíveis chacinas.

PCRR – A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil, que informou estar acompanhando os fatos no Estado vizinho e em alerta em Roraima.