MARCOS MARTINS
Editoria de Cidades
Na última segunda-feira, 12, a companhia independente de policiamento ambiental (CIPA) deflagrou a operação “responsum” que visa averiguar denúncias de crimes ambientais na cidade de Boa Vista.
Segundo informações da Polícia Militar, além de averiguar as denúncias feitas pela população, a operação realizou fiscalização em pontos de saída do município para coibir a prática de ilícitos ao meio ambiente.
Essa é mais uma fiscalização com o intuito de averiguar crimes ambientais ocorridos no estado. Segundo o comandante da CIPA, capitão Paulo Anderson, dentro do estado os principais crimes ambientais encontrados pelas fiscalizações são o desmatamento, comércio de combustíveis, garimpos ilegais e, em nível municipal, os maus-tratos aos animais. “No estado é diferente, é crime ambiental mesmo. Desmatamento, combustível, invasão, poluição de flora e fauna. É isso que a gente encontra no estado. Em nível municipal são os maus-tratos de animais. Temos também os garimpos ilegais, que está sendo uma questão bem forte. Para isso, nós temos o Exército que faz uma parceria para o combate”, explica.
Para o chefe da fiscalização da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Yuri de Lima Teixeira, o desmatamento ilegal é questão bastante forte no estado. “Sem dúvida é um ponto forte do estado, mas não é tão grande o desmatamento em Roraima comparado com o que tem no Pará ou no Amazonas. O que a gente encontra aqui em Roraima são acima de três ou quatro hectares e muitos casos de furto de madeira de propriedade, invasão. Os produtores rurais sempre procuram a Fundação para denunciar, porque a maioria dos casos são os invasores que roubam madeira, que pegam madeira para ser revendida”, destaca o chefe de fiscalização.
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Outro ponto comentado pelo chefe da fiscalização da Femarh, Yuri de Lima Teixeira, é sobre a questão dos animais silvestres. Segundo ele, existe um trabalho de fiscalização, principalmente, com os criadores de pássaros. “A grande maioria dos pássaros encontrados é de curió. Agora, questão de animais silvestres é muito difícil a gente encontrar, embora com fiscalização a gente encontre. Por exemplo, esse ano a gente autuou um rapaz em Normandia que estava com alguns quelônios em casa. Nosso grande problema é no baixo Rio Branco, que temos os tartarugueiros que vêm do Amazonas e até daqui mesmo eles acabam capturando pra revender lá”, afirma ainda.
Operação Responsum
Sobre a operação “responsum”, o capitão Paulo Anderson destacou que se trata de uma resposta às denúncias da população. “Aqui na CIPA nós recebemos algumas denúncias e elas são anotadas, depois é preenchido um formulário e repassado para que no primeiro momento, quando for montada uma guarnição, a gente vá fazer a fiscalização. Colocamos pontos estratégicos de fiscalização nos pontos de saída de Boa Vista onde sai e entra possivelmente ilícitos como, por exemplo, combustível, animais exóticos. Tentamos verificar toda essa situação com a operação”, destaca.
O comandante da CIPA ainda destaca que a principal denúncia que recebem dentro de Boa Vista são casos de maus-tratos aos animais. “As pessoas reclamam muito de maus-tratos de animais, mas só que é aquela situação. Muitas pessoas ligam dizendo que é mau-trato e quando chegamos constatamos que não tem nada a ver. São esses tipos de denúncias que a gente precisa averiguar para poder ver, mas quase 70% das denúncias não são caracterizadas como maus-tratos”, revela o comandante.
Conforme informações da PM, caso a população queira fazer uma denúncia basta entrar em contato pelo número de telefone 998407-3538 ou se dirigir ao prédio da CIPA, que fica localizado dentro do Parque Anauá. Outra alternativa para o cidadão pode ser formalizar uma denúncia na Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) ou na Delegacia de Proteção do Meio Ambiente (DPMA), em de Boa Vista.
